E eu quero te escrever a mais linda carta de amor, ainda quero viver para rever minha linda São Paulo... Para dar a verdade, tem tempo que tô com saudade, que estou evitando, mas a solidão cola em cima.
Vou passando pela vida, num simples passear, fico na espera de me encontrar sem te encontrar em mim... E andando nesse passear, encontrei-me com um poeta, segurando um violão. Perguntou-me se a moça bonita queria um poema. Estava frio demais, senti que isso ia aquecer, tanto fora, quanto o coração de mel, então aceitei. Aquele poeta me viu por dentro? E em meio verso, ele me disse "Se liberta! Mostre ao mundo o seu amor. Atende a prece!" E aí foi comigo a frase, o poeta, o frio com calor, o sorriso, tudo uma bagunça só, lá na lembrança.
Todas as vezes que você me namorava com os olhos carentes, com sorriso canto de boca e se estampando no rosto aos poucos, com toque na ponta dos dedos, eu ia bem no fundo do castanho e achava o medo neles. Nunca entendi... Acho que pelo fato de ter esperança, de que iria passar. Mas aí que está; é a esperança que faz sonhar, faz imaginar como as coisas poderiam ser.
E você pedia para eu deixar de negar que outra pessoa impedisse nosso sorriso. E deitados na varanda, escutávamos a vida tocando nossa melodia e ainda com vista bela, da cidade linda e que nunca dorme. No carinho dos beijos, encaixe de mãos, o universo todo colocava nossas dores, sei lá do que, para dançar e só com canto de passarinho, afinal, ele só nos davam essa dádiva, pela manhã e se acordássemos juntos.
Tornei livre minha felicidade, tirei o tormento, a tontura, o tesão, o tudo, o "t" de te amo! Mas por amor, sinto falta do alfabeto... Cadê a censura do meu short? Cadê o guarda-chuva para me livrar do resfriado? Cadê sua simplicidade na vida, dificultando a minha? Cadê o seu "kd"? CADÊ VOCÊ? Não! Eu não sei lidar com isso. Eu quero estar sozinha, mas com você, apenas falando com os olhos. Porque eu não quero esquecer, não quero ignorar, não quero doer. Só quero ver o tempo voar, ver de longe as asas dele, mas te amando e ouvindo você me chamar de branquela, amor, mor, linda, princesa, chata, idiota, feia... Rir! Rir e rir.
Distância separa, faz amar, faz chorar, faz doer, faz esquecer; você acha que acaba, mas vem a saudade e faz lembrar...
A sorte te escolheu, o destino te odiou e eu te amei. Tal desconhecido mostrou a mim a mais pura verdade disso tudo: "O imprevisto acontece e alguém te encontra. E te reencontra. Te reinventa. Te reencanta. Te recomeça."
Isadora

