quinta-feira, 2 de setembro de 2010
The end
Mais um dia e eu aqui pra falar de mais um dia ruim! Enquanto eu passava em uma rua qualquer no bairro do Morumbi, resolvi parar em uma cafeteria; gosto de ver a tarde passar, gosto de não ter que me preocupar com nada. Sim, meus dias são tão exaustivos, que quando tenho um dia livre é complicado escolher alguma coisa pra fazer ou simplesmente não fazer nada. E mais uma vez eu poderia, muito bem, pedir mais uma das tantas doses que eu tomei em tardes vagas, como essa. Mas não, resolvi deixar a minha vida menos amarga e pedi um café... Pensei em abrir meu diário e escrever, mas achei melhor não! Não estava com frases prontas na mente, nem com disposição pra pensar. Terminei, paguei a conta e sai andando. Não tinha um rumo destinado na cabeça, mas enfim... Tantas pessoas nas ruas; eu vi a movimentação dos carros sempre bem atenta, aquilo me chamava atenção sempre. Tive uma sensação estranha dentro de mim, em frações de segundos me vi completamente arrepiada e sentia aquele vento forte levando meus cabelos. Sabe cinema? Me senti assim (risos)! Parei e não conseguia me mexer, tentava olhar ao meu redor pra ver se algo acontecia e nada. Depois de uns 5 minutos parada, voltei a andar.
E quando virei a esquina, levei um susto, fiquei branca, fiquei paralisada. Adivinhem. Eu vi o rosto "lindo e angelical" que me acalmou durante dois anos, o Henrique. Ele vinha na minha direção com o seu andar extremamente grosso, porém engraçado e com as mesmas peças de roupa que ele sempre usou. Até fiquei espantada. Meus olhos se encheram de lágrimas, e quando eu pisquei suavemente, desejando que aquilo não fosse verdade, as lágrimas desciam, perfeitas, pelo meu rosto. Não conseguia ver absolutamente nada, só conseguia olhar pra ele.
Eu sabia que era o Henrique, sabia que nunca ele ia mudar.
Caí no chão sem força nenhuma nas pernas, e vi ele correndo até mim, e tudo girava em câmera lenta. Ele se agachou em minha frente, meu estado era lamentável. Ele olhou nos meus olhos, como se me conhecesse, como se visse algum tipo de história nos meus olhos. Pegou na minha mão fria, e perguntou se estava tudo bem. Meu Deus, o que era aquela voz pra mim, uma voz grossa, que me fazia ficar mais atenta a cada palavra que saia da sua boca. E eu sentia que tinha mudado o mínimo possível, mesmo depois de 16 anos!
Eu tremia, não conseguia colocar meus pensamentos em ordem. Eu queria que ele me abraçasse e falasse que ainda lembrava de mim, que sabia quem eu era, que nada tinha se perdido. Eu sentia que era isso, mais não foi isso que ele demonstrou, quer dizer, não sei. Me levantou e pediu preu acompanhá-lo.
Eu estava tão chocada com aquilo que fui sem medo algum. E quando vi, eu estava em cima de um edifício qualquer de São Paulo, ele era bastante alto e eu sentia como se pudesse tocar o céu. Nós dois chegamos lá sem darmos uma palavra.
E quando me vi lá com ele, parecia que tudo ia ser como antes. Eu me sentia a Camile de 16 anos atrás, me sentia uma adolescente fugindo das verdadeiras obrigações. Ele me abraçou, e nesse momento achei que ia sentir o seu cheiro de cigarro misturado com o perfume, mas não. Só senti seu perfume, amadeirado. Chegou com sua boca perto da minha orelha e falou, me fazendo arrepiar e derramar mais lágrimas, "Eu nunca esqueci você". Aquilo parecia cair como uma pena sobre o meu coração. Com as mãos no meu rosto, ele beijou a minha testa e me chamou de minha menina como sempre fez. E logo na minha cabeça veio o primeiro sucesso do Damien Rice (The Blower's Daughter)... Aquela música parecia contar todo aquele capítulo do dia. E quando minha mente conseguia processar tudo aquilo junto com a música, me fazia chorar mais, só que de felicidade! Pelo menos eu achava.
Porque aquilo tudo só estava acontecendo depois de 16 anos? Porque não poderia ter acontecido antes?
Eu não queria sair mais dali, não queria me separar dele mais nunca. Ainda mais com as suas palavras. E foi ai que a sua boca tocou a minha, de forma suave e delicada. - Eu estaria sonhando Deus? NÃO CAMILE! - Me vi nos braços dele, sorrindo, como não sorria a alguns anos atrás. E ali, ele voltava a ser a minha respiração. Passamos tudo isso e só com as palavras que escrevi aqui. Nada de voltar a fita e falar do que aconteceu ou procurar encontrar motivos de tanto sofrimento. Eu adormeci em seus braços e quando acordei, já estava anoitecendo, ele não estava mais lá. E porque eu tenho que achar que tudo é filme? Merda! Tudo aconteceu como filme. Fiquei ali no edifício, como fiquei na rua suja e escura no dia 30 de junho de 1994... Chorei enlouquecidamente. E como estariam as minhas emoções? Uma mistura de tudo, claro! Fui pra casa sem mais ensaios.
E quando cheguei, meu filho me abraçou e disse que me me amava, me mostrou seu desenho, feito na escola. Era a nossa família, típico desenho de criança. A coisa mas linda que eu poderia receber naquele momento. O que me deu forças pra continuar ali. Pedi pra a Andressa (empregada) dar banho no Murilo. Depois fui pro meu quarto e quando entrei tinha um envelope em cima da cama. Abri e li... "Me perdoei, eu nunca mereci o seu amor! Eu jamais deixei ti nesses 16 anos. Nunca esqueça que você sempre será a minha menina. Vou te amar por toda eternidade. Henrique"
Não conseguia entender absolutamente nada, mas também não quis me esforçar pra tentar entender ou procurar saber como aquilo havia parado ali. Meu diário agora sente as minhas lágrimas, sente minhas palavras de dor e de puro desabafo!!
Descobri que a minha vida foi e sempre vai ser um eterno drama. E por fim, vou acender meu cigarro, pegar o meu rum e continuar vivendo. E claro, pensando no tanto que o amei....
Isa =)
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fodao em
ResponderExcluirMUITO BOM!!!! PARABENS ISA
ResponderExcluiruaaaaaaaaaaau
ResponderExcluirparabéeens *-*
amei muito o finaaal!!
n devia parar com a historia n.... fico foda dms
ResponderExcluireu achei uma porcaria esse final, não tem sentido nenhum.
ResponderExcluirtem gente que acha que sabe de alguma coisa ^
ResponderExcluirpow, faz uma parte 4 ai isa
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