quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estrela do Outono


Estou começando a achar que ao invés de você; a janela se tornou meu influxo. Toda vez que chego nela, à noite, o céu está limpo, totalmente azul e com uma única estrela. Acho magnífico a forma como ela está sempre no mesmo lugar, meu amor. É você que está pedindo para ela me vigiar?
Eu sinto que as vezes ela não brilha; e talvez ela veja a minha tristeza. Talvez ela seja uma estrela do Outono... Ah! Como eu adoro o Outono. Porventura seja de nós dois vendo as amendoeiras já com folhas amareladas, que vão desnudando-se uma por uma - e nem era o vento que as levava -; era lindo. Estou me sentindo como uma folha de amendoeira, meu amor: larga, enrugada e pálida. E obviamente sem olência alguma. Contudo, o Outono tem um aroma original.
Ando evitando meus Outonos depois da sua partida. As folhas caem de maneira vagarosa, as ventanias são semelhantes ao Inverno, as ruas são extremamente cavas. E eu não quero essa mescla de estações no meu Outono. Você sabe o quão sou egoísta para os assuntos "nós dois" e que nossa relação era simbiótica demais. Ando dum lado para o outro, tentando fazer as agulhas finas do relógio girarem depressa. E quando olho para o mesmo, o Sol mostra a sua sombra sobre ele. Com tudo o vento vem, bagunça os galhos das árvores e limpa sua sombra do meu relógio. E pensei comigo mesma: "vai ser sempre assim!"
Eu quero saber se todas as minhas preferências foram vividas ao seu lado. Ah! Meu amor, por que você teve que fazer tudo de forma tão especial e me deixar com essas nostalgias ásperas? Você era ríspido comigo, por vezes, mas insistia em fazer tudo admirável, que droga - eu preciso resmungar, me deixe. Agora entendo suas declarações: seu principal desígnio era fazer com que eu tivesse você 24h na mente, nos lugares, em tudo; mais uma vez, que droga!
Vou tentar fazer com que nasça outra cabeça, outra menina, meu amor. Então, te peço perdão por isso. Sei que não vais entender, pois você não se entende, não é mesmo? Quem dirá a mim: túrbida e do avesso. Mas preciso do meu Outono de volta, airoso como sempre foi, antes de você aparecer. E pelo que descrevi, depois de você ele se tornou perfeito; porém perfeição não é para mim. 


Isadora

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alicerce


Descobri que criar expectativas é uma droga. Na verdade não descobri, eu já sabia, só não queria acreditar. Outra droga é a tal da esperança. Faz você crer em coisas que não existem, faz você presenciar sinais onde não tem. Isso vai além das esperanças, é praticamente uma carência infinita. Confesso: carência de você!
Infinito; é palavra complicada e hoje em dia é usada como qualquer  pronome, tem significado diferente para cada pessoa. Mas a verdadeira acepção dela, realmente, não é uma só. Talvez sórdido, adorável, subentendido... Ah! São tantos, para que optar por um só? E boba fui eu, que imaginei que o infinito poderia por algum instante fazer parte de nós dois. Mas existe nós dois? Será que estou sonhando, meu amor? 
Engraçado: a luz do sol, além de enxugar minhas lágrimas vazias, faz com que eu procure pormenores nas pessoas, só para me trazerem lembranças e mostrarem tal espontaneidade dos meus lábios. Elas surgem quando minha cabeça inventa de pensar em você, meu amor. Peço que pare de ser tão presente! Se torne ausente de mim pra sempre. Afinal você já retirou o seu sentimento. E por causa dessas suas aparições repentinas na minha mente, faz com que eu fique dispersa do que realmente importa - se achou que sou forçosa como mostrei sempre ser, não conhece o meu coração. É agora que eu brigo com você, meu amor. Me entreguei para ti várias vezes e você sempre me dizia baixinho, quase mordendo minha orelha:

               —  Eu conheço os caminhos do teu coração, minha linda. Você só precisa fechar os olhos.


Tenho a lembrança do meu amor por ti e vejo que não saberia puxar você pela camisa para te salvar, nunca soube como brigar com você, te amedrontar. Brinquei com espinhos todo esse tempo e tenho a curiosidade de saber o porque de nunca ter me machucado. Os espinhos eram pétalas e muito cheirosas por contingência. Como fui ver que as pétalas eram espinhos só agora? Boba mais uma vez, meu amor. Ah! Boba sempre. Mas veja mesmo, meu amor: eu imaginando se a minha solidão te doía, se é difícil sorrir sem me ter correndo atrás de você para te encher de cócegas - você desviava minhas mãos com golpes de espada, de pincel, até mesmo de varinha mágica -, se é possível você cuidar de si mesmo; sozinho. 
Todo esforço para fugir do meu sentimento por você, é menos uma ilusão. Venho escrever para sorrir e não chorar; ou chorar para sorrir. Acho que vou correr, mas correr para não te ver sorrir. Afinal, é o seu sorriso que desmorona todas essas palavras.

Isadora

domingo, 25 de setembro de 2011

Longe de mim


Só eu sei o quanto eu preciso de você. O quanto me machuca não poder te ter ao meu lado. Ah! Antes fosse só isso; mas você que optou por ser assim, quis ir embora sem ao menos se despedir... 
Eu vou falar que é complicado esquecer você. É, meu amor; você se tornou tão meu. Convicto é eu achando que te conheço, que sei o que é me entregar pra você, que vou deitar nos seus braços e adormecer. E nessas horas você dizia que eu era linda, seu desejo, seu amor, mas nunca dizia que eu era sua. Assim, completamente sua, pura e bem simples. Acha que eu não lembro quando você ria e eu falava que você tinha medo de mim? Ah! Você é bobo, meu amor. Só porque eu tinha mania do que era certo, ao seu lado. Vejo agora que o certo não é saudável para mim. 
Eu perdia todo o meu porte de valente e forte junto de você. Fazia você ouvir minhas músicas lentas, que fazia você explodir de agonia. Nesses deslizes você aproveitava e me provocava com suas brincadeiras tolas. E parecia que adorava me ver irritada! 
Eu sei que você me achava uma louca por eu aceitar tão bem você ser assim, preguiçoso e desligado da vida. Principalmente quando eu fazia suas vontades: os beijos no pescoço - demorados e arrepiados -, seus pés gelados esquentando os meus, suas mordidas fora de hora e ambiente... Ah! Tantas coisas, tantas vezes, tantas memórias. 
Você sabia quando eu ia me render; seu propósito era visível. Cruzava os braços, fazia bico e lá vinha você com caras e bocas pra me fazer rir e perder toda a razão. Você sabia, também, como deixar um vazio dentro de mim, uma espécie de oficio; que ia me fazer ir atrás de você e dar umas mordidas por ser tão malcriado. 
Lembro de nós dois deitados na sua cama, sua camisa me servia de pijama e eu entrelaçando meus dedos nos seus. Nossos olhares nunca se cruzaram nessas vezes. Sempre olhávamos pras pontas dos dedos e víamos nosso futuro juntos. Você lembra, meu amor? 
Se foi... Tudo que vivemos se tornou lembrança, mas espero que em mim só tenha permanecido vontade de viver; sem você.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Faz falta



Como sinto sua falta, meu amor. Seus defeitos, a grosseria vinda das suas palavras. Cheguei a achar que sentia falta de quando você sumia e me fazia perder o chão, sua especialidade. Você vai e me deixa aqui; de coração partido, me faz dormir sem saber se um dia você vai ficar ou não; nessa de ir e vim. Me deixando totalmente louca! Me vi em você, inúmeras vezes. Quis fugir dos seus braços que sempre me guardaram tão bem. Mas eu apenas quis, não tenho a sua habilidade de sumir. Eu nunca seria pária pra você; sempre vou perder, disso eu já sei. Nunca escondi de você que queria ter minha cabeça nos seus ombros; que te amava de uma forma absurda, mas te amava. Nunca escondi que você seria a minha história mais complicada, a minha loucura mais engraçada e a minha mentira mais sincera.  Te vi partir tantas vezes, mas isso não foi suficiente para que meu amor diminuisse ou acabasse, parece que ele só aumentou. Sempre foi assim… Eu ficando e você indo. Já acreditei que você não seria capaz de partir e sair dos meus olhos, dos meus cuidados, mas é… Você foi! Tudo é muito vazio sem você. Lembro de nós dois juntos e meu coração, chorando, diz que ainda existe algo. Mas aí minha razão vem e diz que tudo não passou de uma mentira… Talvez a verdade seja essa.


(http://isadoravilabela.tumblr.com/)

Saudade de um sorriso


Eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu adorava ficar vendo você fumar na janela da sua sala. Adorava a maneira na qual você sorria quando eu brincava com seu cachorro e o jeito desconcertado que você mandava ele “falar” comigo. O seu sorriso tímido é o melhor que eu posso ganhar no dia. Pode ser bobagem minha, mas notei todas as vezes que você me olhou diferente, todas as vezes que você quis mudar de caminho só pra acenar pra mim. A forma como você me deixou confusa quando teve uma crise de ciúmes, só por eu estar conversando com um garoto mais velho, foi engraçado. Mas só fez com que eu e você se tornássemos mais “nós” do que apenas “eu e você”. Agora venho lembrar que nunca existiu eu e você ou sequer nós dois. Você tinha namorada e insistia em me querer só com um olhar, insistia em me fazer acreditar que poderia existir qualquer junção de nós dois. Poucas vezes nos encontrávamos na madrugada, retornando das festas e era sempre o mesmo horário, incrível como você adorava esbarrar comigo. Você esperava que eu entrasse em casa, gostava de me ver “desfilando” no salto alto e nos vestidos; e era exatamente enquanto eu desfilava que você se atrapalhava inteiro. E quando você quis me beijar? Pode ter sido o destino dizendo que não era pra ser, sei lá. Eu brincava com seu cachorro sentada e logo você também sentou na minha frente. Ficou me olhando de um jeito estranho e eu, como sempre, desajeitada. Seu cachorro simplesmente nos enrolou na coleira dele e foi engraçado, porque nossa troca de olhares foi a qual eu jamais tive, eu juro pra você, príncipe. Aquele momento eu não conseguia parar de te olhar, você me deixou nervosa, que feio pra mim. Você queria me beijar, seus olhos entregavam toda a sua vontade, você se aproximou de mim e eu ficava mais nervosa. Eu senti como se nunca nenhuns lábios tivessem tocado os meus. Mas o que me deu? Por que eu levantei? Por que não deixei você me beijar? As vezes me arrependo, já outras vezes acho que foi melhor, não sei. Eu me lembro de tudo que passamos, sem ao menos conversar de verdade! Nunca falamos sobre música, filmes, estudos, mas era estranho como eu sabia tudo sobre você e parece que mesmo afastados, eu sei mais. Será que vão me achar louca por amar uma pessoa só pela troca de olhares, sorrisos, acenos e oi? Ah, eu não ligo… Eu fui ver a chuva cair, agora, e peguei você fumando na janela e fazendo a mesma coisa… Vendo a chuva cair. Eu só senti vontade de correr na tua casa, te abraçar e dizer que sinto sua falta, meu príncipe. Mas vim pra cá falar isso, afinal você nem me nota mais… 

Quero você!


Eu quero te beijar. Quero segurar sua mão. Quero te abraçar tarde da noite. Quero assistir filmes idiotas com você. Quero ter uma guerra de almofadas. Quero te mandar mensagens românticas e estúpidas. Eu quero brincar com seu cabelo. Quero rir com você até que não possa mais respirar. Quero  te conduzir em qualquer lugar e ter  discussões sobre nada. Eu quero dançar com você. Eu quero poder te morder. Quero te melecar inteiro de sorvete. Quero dormir nos seus braços. Quero fazer você sorrir em momentos aleatórios durante o dia. Quero ver você falando que sorri porque eu estou em sua mente. EU QUERO VOCÊ!  

Acabou


Tenho tanto pra falar de ti. Eu tinha mania de dizer que você era perfeito pra mim. Vendo assim, é até engraçado, porque você tem vários defeitos, é cheio de manias, que por sinal eu conhecia a maior parte, e acima de tudo indecifrável. Um dia cheguei a pensar que desistir de você, seria como desistir de mim. Mas não sei ao certo se seria isso. Lutei tanto por nós dois, por você e agora não tenho mais nada. Eu achava um máximo passar minhas madrugadas com você, montando nossos planos, falando bobagens. Eu com o maior sono do mundo e você lá, me fazendo rir a beça de qualquer bobagem. E quando nós víamos já estava claro e os passarinhos procurando por você pra te mandar ir dormir; você sabe do que estou falando. Meu sorriso desabrochava quando você parava a conversa e falava “bom dia, amor da minha vida”. Todas as vezes que deitei a cabeça no travesseiro e fiz toda a nossa vida juntos; todas as vezes que conversamos sobre família; todas as vezes que você me fez acreditar que a distância não era nada pelo amor que sentíamos um pelo outro. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo. Eu não tenho a mesma vontade de antes, não tenho o mesmo sorriso de antes… Isso tudo cresce com a decepção e sabemos disso. E todos que convivem comigo sabem o quanto eu tentei, mas chega uma hora que não existem mais forças pra tentar e acaba desabando. É como as lágrimas, sabe? Você começa a segurá-las nos olhos e é exatamente quando não da mais, que elas caem com uma perfeição incrível sobre as maçãs do rosto… Seria legal se essa perfeição das lágrimas fossem por ter você comigo, mas não é. E eu tenho que aprender a conviver com isso. Eu só estou aqui pra dizer o quanto eu te amei, o quanto te amo e o quanto vou te amar. Depois de muita coisa, eu revi meus conceitos e descobri que irei amar outros e pode até ser com a mesma intensidade que te amo/amei, mas eu nunca, nunca, vou tirar você do meu coração. Eu nunca planejei te amar, nunca achei que te amaria, é. Você tem um jeito que poucos suportam… É calado, chato, teimoso, preguiçoso, nem aí e mais um montão de coisas. Mas tem um jeito incrível… É carinhoso, sabe o que me dizer nas horas ruins e boas, tem um sorriso lindo, cuida das pessoas que ama, entre várias outras. É, foi muito difícil pra mim vir aqui e falar isso, mas eu achei que fosse melhor. Por muitas vezes eu me cansei, mas todos sabemos que cansar não é desistir e agora eu vim dizer pra todos que eu estou desistindo de você, pra sempre! Porém, quero dizer que tudo o que passamos juntos foi bom, garanto que vai ficar comigo até a minha morte, pois não quero levá-las pro céu comigo. Me desculpe por isso, mas não quero levá-las! Nunca imaginei que iria usar uma carta de desamor pra ti, mas é necessário. Me desculpe por ter tomado a iniciativa do nosso namoro. Me desculpe por ter escrito coisas lindas pra ti. Me desculpe pelos machucados que a sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo depois dela. Me desculpe pelo que foi ruim e bom. Me desculpe por te desejar loucamente. Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe pelo nosso prazer. Me desculpe por ousar sempre. Me desculpe por ter te amado. Me desculpe por eu ter sido louca pelo teu sorriso. Me desculpe pelos teus erros de Português. Me desculpe pelos erros da tua futura namorada. Me desculpe por torcer pelo Corinthians. Desculpe pelos quase 3.000 quilômetros que nos separam… Enfim, me desculpe por pedir essas desculpas idiotas, que por fim, não são pra ti. É, não são pra você, afinal você nunca entenderia nada disso! Mas mesmo assim, obrigada por um dia ter me feito sorrir… 
(Isadora)