Só eu sei o quanto eu preciso de você. O quanto me machuca não poder te ter ao meu lado. Ah! Antes fosse só isso; mas você que optou por ser assim, quis ir embora sem ao menos se despedir...
Eu vou falar que é complicado esquecer você. É, meu amor; você se tornou tão meu. Convicto é eu achando que te conheço, que sei o que é me entregar pra você, que vou deitar nos seus braços e adormecer. E nessas horas você dizia que eu era linda, seu desejo, seu amor, mas nunca dizia que eu era sua. Assim, completamente sua, pura e bem simples. Acha que eu não lembro quando você ria e eu falava que você tinha medo de mim? Ah! Você é bobo, meu amor. Só porque eu tinha mania do que era certo, ao seu lado. Vejo agora que o certo não é saudável para mim.
Eu perdia todo o meu porte de valente e forte junto de você. Fazia você ouvir minhas músicas lentas, que fazia você explodir de agonia. Nesses deslizes você aproveitava e me provocava com suas brincadeiras tolas. E parecia que adorava me ver irritada!
Eu sei que você me achava uma louca por eu aceitar tão bem você ser assim, preguiçoso e desligado da vida. Principalmente quando eu fazia suas vontades: os beijos no pescoço - demorados e arrepiados -, seus pés gelados esquentando os meus, suas mordidas fora de hora e ambiente... Ah! Tantas coisas, tantas vezes, tantas memórias.
Você sabia quando eu ia me render; seu propósito era visível. Cruzava os braços, fazia bico e lá vinha você com caras e bocas pra me fazer rir e perder toda a razão. Você sabia, também, como deixar um vazio dentro de mim, uma espécie de oficio; que ia me fazer ir atrás de você e dar umas mordidas por ser tão malcriado.
Lembro de nós dois deitados na sua cama, sua camisa me servia de pijama e eu entrelaçando meus dedos nos seus. Nossos olhares nunca se cruzaram nessas vezes. Sempre olhávamos pras pontas dos dedos e víamos nosso futuro juntos. Você lembra, meu amor?
Se foi... Tudo que vivemos se tornou lembrança, mas espero que em mim só tenha permanecido vontade de viver; sem você.

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