Au revoir

     Setenta por cento do nosso corpo é composto por água! E aí é que eu me pergunto, dá para se afogar em nós mesmos?

     Antecipei o mês de outubro no meu estado emocional. Tenho chorado bastante esses dias e com a chuva, que diz muito sobre o meu emocional, reflito mais... Sabe, dessa vez não foi você que me deixou, nós nos deixamos! Mas te digo, seja feliz; por favor! Viva a felicidade, meu amor. Pela primeira vez eu morri de ciúmes, chorei e até desabei, mas aprendi a obedecer a minha razão. Isso nunca aconteceu antes, me sinto livre e espero que você esteja se sentindo assim também. Espero que no futuro nos reencontremos refeitos. Quero me sentir leve, ao ver que passamos bem, que o nosso amor jovem acabou antes do previsto e sem aviso prévio, mas que marcou e foi especial.  Espero estar mais madura; saber que você canta, sorri e que outras mulheres te amaram e outros homens também me amaram.

     Eu guardo comigo todas as lembranças de nós dois e te digo: meu coração vai estar aberto, caso você precise de mim. Mas calma, você não vai fazer como outras vezes! “Minha princesa, sinto sua falta e prometo que vou mudar. Confie em mim!” Isso não vai acontecer. Eu lembro como confiei e como durou apenas semanas para eu me magoar novamente. Eu dizia que te odiava, você aparecia e eu te amava.

     Vou sentir falta de você evitando brigas e querendo mais carinho... Não vou deixar nas palavras os nossos momentos, deixa na memória mesmo. Nossas idas e vindas, me deixaram exausta! Você sumia e voltava tipo “eu ainda te amo”, é isso que me fez crescer. Eu ainda quero ser feliz, quero me apaixonar, mas sem me entregar totalmente. Só metade de mim é capaz, por causa de você. Eu sei que é difícil de admitir, mas eu sei que não há outra pessoa que me aceite tão bem quanto você. Meu coração faz terapia para não te querer, mas confesso, ele recua e pede você. O que me deixa irritada. Coração estúpido!

     Eu sempre quis ser a pessoa quem vai te mostrar as coisas que você não quer ver... E é como se a última estrela que conversei estivesse decidindo o seu destino a cada nascer do sol, mas é como se ela invertesse tudo quando se depara com a lua, nossa lua. Você manteve seu coração, todo esse tempo, dentro de uma gaiola e só permitia que os pássaros tivessem “passe livre”... VOCÊ se manteve em uma gaiola, tinha uma vista diferente quando caía a garoa, parece que elas ficavam quadriculadas.

     Eu escrevo para esquecer, mas só faz lembrar. E a lua que fica tão pequena diante dos nossos olhos, que em, talvez, um sopro ela se torne esquecível para nós. Aposto que ela não te remete a mim, não mais. Não é preciso eu sentir falta dos seus olhos brilhantes, dos seus ombros largos e você me abraçando. Em meio disso sonhei com nosso adeus e você beijando minhas lágrimas, beijando minha tristeza e apenas lembrando-se da noite em que nos conhecemos; apaixonados. Toda minha dor, agora, transparece na linha do meu sorriso; á medida que eles saem do meu rosto, eu os deixo voar...

     Com meus pensamentos nas nossas danças, querendo teu cheiro, teu toque e esperando o orvalho de quando amanhece, lembrei-me de quando olhei para a janela e havia uma nota de farmácia, com sua letra pouco legível, nela tinha escrito: “Minha princesa, o amor marcou para nunca sarar! Tem sorvete de morango e vou me atrasar, te amo.” Você previa que meu amor nunca irá parar de doer? AH! Não me interessa mais. Eu espero que você tenha quem abraçar e que realmente te cuidem, pois você precisa tanto disso, meu amor... E essa função só é minha nos meus pensamentos.
     E em pensar que achei que você tinha meu manual de instruções... Que tola! Agora só me resta esquecer o que não dá para perdoar, esquecer que te amo e continuar sozinha, seguindo a estrada de tijolos amarelos. Talvez seja ela que me dê sorte, que me dê algo. Seja feliz, meu eterno amor...


Isadora