Guardanapo

 "23/07/2014
09h22 (horário de Paris) 
Paris - França 

     O único pedaço de papel...
     Eu achei que não pudesse haver tristeza em Paris, mas hoje é o meu dia unicamente "inssorrinte" (sem sorrir), pois é na cidade do amor que estamos brigados, meu amor. E sentada em uma cafeteria, cá estou, te escrevendo uma relíquia do amor, onde iremos rir no fututo. Só vim mesmo para dizer SAUDADE!, com letras maiúsculas, para soar gritante diante de teus olhos.
     Paris está entrando num pário duro com você, já que quero transformá-la em amor da minha vida!
     Quando coloquei meus pulmões diante do vento gelado, ar fresco, meus olhos vendo pessoas com pressa, foi quase como o dia em que nasci e inalei vida pela primeira vez. O sentimento de sinto sua falta, quero seu beijinho e te amo demais, me disse: escreva, escreva, escreva... E é escrever sobre algo que dê certo, que te faça sentir, me sentir, envolver. Mas só penso em voltar para casa e matar minhas saudades de você.
     Tem um casal aqui do lado, que parece com nós dois e não são franceses. Os franceses parecem não ter amor, é insólito. Então quando saírmos na rua, quero mostrar a todos que somos apaixonados.
     Estou aqui, meu amor, sozinha no Starbucks e apesar de ser cedo, já chorei de uma maneira exorbitante, por causa do egoísmo das pessoas no mundo, a forma como elas sentem prazer em serem individualistas... Mas não é por isso que estou aqui.

- Anotei uma observação para você e para mim: nunca esquecer de colocar a minha agenda na mala, só me restaram os guardanapos. Que por sinal, já está no fim de seu espaço limpo. Vi umas agendas bem mignon em Montmartre e creio que precisarei delas, só para te escrever. 

     Essa Primavera parisiense está nos dando a beleza mais linda das flores e o não pudor de todo calor. E só consigo pensar em colocar você dentro de um rolo de filme, isso seria tão explendido... 
      É isso, meu amor! O papel está acabando e esse é o último. Te amo!

Com amor, sua Isadora." 

Isadora