Preciso confessar a você, que te adoro sem disfarces, meu menino. Percebi isso quando descia a escada ao seu lado, todas aquelas pessoas nos olhando... Ah! Foi tão incomum para mim. Você transformou a minha noite de angustia em felicidade.
Gostei dos nossos cabelos bagunçados, as roupas amassadas, sapatos nas mãos e só nós dois. Parecia o fim de festa perfeito! Estávamos com caras de que podíamos desejar mais um pedido, como se fosse único - acrescento toda vontade do mundo. A areia era a cama; a fadiga tomou conta e ali mesmo dormimos, no frio, na brisa do mar, afinal não esperávamos nada de ninguém e estávamos comemorando o fim e um novo começo. E nem que estivéssemos esperando algo, digo que nem o dilúvio me tiraria dos seus braços. Só eu sei como meu coração se desespera ao sair deles e surge uma arritmia inesperada. E pensei agora: a minha pressa não te deixa fazer promessas... Você simplesmente faz acontecer!
Não sei, mas enquanto você olhava o vazio do céu, eu imaginava te acordando e chamando-te para ver a lua. E imaginava sua voz também. Você emudecido e eu me desesperando por dentro; você sabe o que seu silêncio causa em mim. Ainda assim, fechei os olhos e nos imaginei. Isso pacificou meu coração. Me encolhi em seus braços e então ouvi você falar, respondi com a voz tremula de tanto frio. E você tentou me proteger, mas estávamos no vazio da praia, fim de festa... E de imediato, lembro que falei:
— É tão bom te guardar assim; pertinho...
Eu via meus olhos brilharem só pela mudança do seu rosto. Ele ganhou formas diferentes depois do seu sorriso, meu menino. Me sentia mais completa por ter você ali; sorrindo para mim. Aquilo foi tão bom, a sua voz se encaixava na minha pele, tenho certeza que dormi tranquila - mesmo com a areia e o frio. Recordo que no mesmo dia, quando a manhã chegou, você roubou meu sono na cama. Sua mão no meu cabelo e meu rosto no seu peito. E eu não me sentia presa em nenhum momento. Engraçado... Foi nariz com nariz, olhos nos olhos e meu queixo no seu. Compartilhamos nossas esquisitices e te mostrei os anjos que existem, - lá se foi o meu sono. O ponteiro do relógio ia marcando as horas e eu ia concretizando que íamos chegar no nosso lugar, que íamos ser reféns da paixão, que se iniciou com uma brincadeira de colegial.
Ah! Meu menino, você é leve como um dente-de-leão; é praticamente um! Você fala comigo de uma maneira desajeitada e tímida, precisamente como um dente-de-leão quando ganha um sopro e se perde no ar. E é assim que me arranca sorrisos, me faz sereia! Eu sei que você se aproveita de quando falei das minhas brincadeiras de menina.
Até agora me pergunto como vivo longe de você, meu menino... Ainda assim; longe. Sua lembrança é incontinenti, as nossas lembranças são.
Isadora

É chato eu perguntar se você largou mesmo esse amor?
ResponderExcluirBeijo.
Nunca se larga um amor.
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