terça-feira, 17 de abril de 2012

Deixa de ser amor, para ser lembrança


      Acho que estou sofrendo de um vicio raro: a falta que você me faz!
      Sempre quis você de todos os jeitos... Quis seu abraço, quis você deitado na minha cama, quis ver você sem camisa, quis você com cara de sono, quis nós dois brigando e se entendendo no dia seguinte, quis sua testa colada na minha, quis seu beijo gostoso, quis te olhar dormir, quis seu sorriso. Te quis, te quis muito... E hoje só restou eu me lembrando disso tudo.
      Eu e você nos perdemos, por aí, como tantos outros casais. Agora lembro de nós dois com planos de viagens, nossos futuros filhos, que iam nascer com o seu sorriso. Quero guardar isso comigo, mas nem preciso querer. Olha, fomos um casal excepcional!
      Depois de tantos anos, tantos encontros e desencontros, idas e vindas, etc., foi com um ato imperceptível, que tudo se acabou. Me senti como um iceberg e aquela pessoa, forte que havia dentro de mim, se escondeu. Mas mesmo assim joguei tudo para o alto; fui nua, atrás de ti. Esqueci orgulho, esqueci brigas, coisas ruins, minhas roupas e fui só com o meu amor; nosso amor. Quando percebi, que nada seria como antes, vi que você foi o primeiro a dar um passo a frente e começar a ter outro sonho, pois o nosso, havia acabado.
      A cada meia-noite que o relógio bate, mais um dia se vai e nosso distanciamento é maior. E com essa de que o tempo cura, nada passa, só o tempo.
      Enquanto eu estou com a Clinomania dentro de mim, você havia trocado nosso retrato, de cabeceira, pelo de outro alguém. Mas como? Você era, é, o amor da minha vida! E mais uma vez o meu coração, quebrado, virou estilhaço. Toda esperança que eu tinha, se foi. Meu sangue ferveu e eu não sei se conhecer novas pessoas, trará alguma mudança. E é aí que eu tenho saudade, dor de saudade, mas enquanto era saudade, tudo menos ruim. Mas sentir saudade não vai trazer você de volta.
      O que me restou, foi mostrar que me divirto muito mais sem você, que eu sou melhor sem você, riu mais, amo mais, brinco mais, tudo mais; menos você. E mesmo que tudo mude, daqui há 50 anos, quando alguém falar seu nome, irei lembrar de ti e sentir tudo o que sinto, de novo. Mas com uma exceção, vou sentir através da memória. Que por fim, é minha maior inimiga - nem se eu acordar e não pensar em você, nem se eu me embriagar de vodka, nem se eu ingerir todos êxtases do mundo, dá para esquecer. Mesmo colocando você no meu passado, sempre irei sentir sua falta. No passado, nosso futuro era de incertezas e eu sabia que nada ia ser tão duradouro, para nós. Mas mesmo assim, pedi para que ficasse. E sei que fui egoísta quando te pedi isso, mas fazer o que.
      Entrei no mar para lavar a alma e já não te chamo mais de "meu amor". Ah! Acho que foi bom o banho de "levar"; levou tudo o que você gostava em mim... Levou o brilho dos meus olhos quando te via sorrir, o encaixe dos meus dedos nos seus, o cheiro do meu cabelo, os poemas de geladeira, o calor do teu corpo que estava no meu, levou o espaço da minha cama que havia para você, nosso retrato esquisito no meu iPad; me levou... Não precisei nem libertá-lo, você fez isso sozinho.
      Eu tentei parágrafos, versos, letras, poemas, palavras e não entendi como se demonstra amor. E agora, nem sei mais o significado da palavra amor, afinal não dá para amar sozinho.
      Agora estou me encaixando na frase do Mário Quintana: "Atos são pássaros engaiolados. Sentimentos são pássaros em voo." De certo modo, as lembranças que ficam, vão servir para que eu não seja idiota novamente. Mesmo quando estávamos vivendo em uma tempestade, achei que você ficaria feliz em se divertir na chuva, ao meu lado. Mas tudo bem, eu o entendo por não ter aceitado.
      Em todos anos, todas as coisas que escrevi, quero falar que amor à distância vai além de beijos, abraços, sexo e estar perto. Dói saber que a pessoa que te faz feliz, mora longe. Tive esperanças, brotou um sentimento, uma alegria... É acreditar no sentimento de outra pessoa, acreditar em um "nós", que existia à quilômetros. Enfim, eu realmente não quero continuar falando sobre isso.
      Não tenho mais certeza de nada, com ou sem você já se tornou tanto faz. Confesso que não é fácil não pensar em você, não te contar meus planos, não te encontrar. Mas eu vou aprender a te esquecer, assim como aprendi a te lembrar.

Isadora


sábado, 7 de abril de 2012

Ele, ela... Distantes


         O carinho que ele tem com ela, fez com que a conquistasse. E tudo o que eles passaram, mesmo longe, fez ela ter a certeza de que o ama e o quanto precisa dele.
         Ela se acha boba para falar de amor e que seus sentimentos são, toda vida, aflorados. A forma como ele a trata desde o início, deu a sensação de que ela escreveria centenas de cartas ou até mesmo um livro... E sendo assim, ela achou que deveria escrever - como um poema, de coisas que ama, e odeia, nele. Quando ela o conheceu, foi difícil manter o contato, nunca se encontravam e com isso foi crescendo uma saudade; mas saudade do que? De querer conhecer, de querer poder dizer "oi" ao mesmo momento, ou até de algo promissor para o futuro? Ela não sabia. E mais uma das certezas que havia nela, era a de citar todos os pormenores, mas levaria bastante tempo para recordar de tudo.
         Ela não sabe se eles são iguais, mas gosta do jeito nem aí dele - para algumas coisas, gosta de quando ele abre o seu coração para ela, adora do seu gosto por sorvete, cachorros e crianças. E quando ele resolve cozinhar? Meu Deus, como ela ama! Eles dois gostam do frio, da cama, das pernas entrelaçadas uma nas outras, gostam da bagunça organizada de seus quartos, da chuva, de pinguins, de chocolate e de provocações fora de hora e lugar. Se gostarem já é o suficiente! E apesar de tantas e poucas coisas em comum, ela queria saber se casais "normais" - próximos, têm todo esse cuidado, esse ciúmes doentio e essas loucuras sexuais. Ele gosta de tratá-la como um bebê, e bem sabe ela que o "bebê" da relação é ele: o senhor teimosia. O cuidado dele com ela é algo tão doce, que a deixa encantada e mais boba que o normal. Ah! Apesar da distância, eles parecem ser um casal normal, eu acho. Eles se amam, brigam, trocavam sms's na madrugada, fotos, vídeos e fazem vozes ridículas de neném e língua do "b", entre outras coisas que não lembro agora.
         Todo casal à distância tem uma essência especial, todos têm, mas são diferentes. Eles têm que lidar com uma saudade do que nunca tiveram em mãos, com desejos incontroláveis - que podem resultar em brigas, ciúmes, tristeza e por aí vai... É uma infinidade de coisas. O amor à distância se resume, realmente, ao amor verdadeiro. Só em eles deitarem parar dormir e imaginar um ao outro, montar planos de um casal normal, de como vai ser o primeiro beijo, o primeiro abraço, as primeiras fotos, o primeiro sexo... A primeira vida JUNTOS! Por fim: a saudade que isso tudo vai causar, quando partirem, também, pela primeira vez. É bom.
         Mesmo amando muitas coisas nele, ela odeia muitas também. Começando pelo o boné que ele não tira da cabeça nunca. O fato dele não ligar para ela, também a deixa irritada e é a segunda coisa que mais odeia nele. Ela odeia por ele não contar suas coisas e como ele esquece das coisas que ela fala, odeia quando eles brigam por bobagem ou por ele pirar e ficar diferente com ela. Mas ela cansou de odiar e por fim, odeia a distância entre eles!
         Ela reserva uma parte do tempo para olhar casais, à distância, que nunca desistiram um do outro; o que a deixa com medo que ele desista dela. Pois ela não quer perder o que a faz bem, o que a faz rir, enfim: o amor deles. Mesmo com as muitas idas e vindas dele, isso faz com que ela deite à noite e ache que, no mês seguinte, eles vão estar juntos. Ela nunca perdeu a esperança nele, apesar de que tudo que passaram, poderia tê-la feito desistir e morrido. Mas nunca deixou de acreditar no amor dele. É difícil para ela escrever, sentir, querer... Tudo ao mesmo tempo. Ela pensa se eles vão ficar nessa lonjura para sempre... É horrível de mais.
         Ela está sem ele. Só podem ficar juntos nos sonhos. E esses dois anos que eles estão como incógnitas, ela tem um desejo bobinho - que guarda a 7 chaves, e só viu ele mencionar uma única vez e nem sabe se foi verdade.
         Com muitos apesares, ela espera que algum dia, eles possam estar juntos. Um dia de muitos...

Isadora

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Conversa de estrela


         Eu acordei no fim da tarde e foi bom ver você ao meu lado; eu até pensei em afagar minha mão no seu cabelo, mas fiquei com medo de acordar você, meu amor. Eu acabara de ter um pesadelo; parecia tão real que eu realmente quis acordar você, só para sentir o conforto dos seus braços no meu corpo, que gelava naquele momento.
         Fui, então, me misturar com as estrelas - sabe, ser uma delas. Era cedo para haver muitas, por volta das 17h que elas começam a se mostrar. E enquanto elas não apareciam, deitei no telhado e fui ver, meus tão adorados, desenhos de nuvem - você sabe que quando falo de um amor, entro nas nuvens e fico lá; perdida. Vi um dinossauro bebê, uma orelha de elefante e um coração desmanchando, até que elas sumiram e eu só via o meu céu azul escuro. Um ponto queria brilhar, mas ela estava tão fraca... Será que estrelas ficam doentes?
         Resolvi perguntá-la se eu estava em seus sonhos, meu amor. Ela foi sincera e disse que não. Mas acredito que foi pelo seu cansaço - domingos à tarde nunca são fáceis para nós dois.
         Recebi uma mensagem sua e parecia que estávamos longe um do outro - meu amor, foi-se o tempo em que 2.672 km nos separavam...
         Acho que vou voltar para mim e para a estrela! Amor demais pode ser veneno, ou pimenta, ou os dois, ou nenhum... Ah! Sei lá. Meu Deus, o que tenho dentro da cabeça para amar tanto? E não; eu não quero saber de onde vem tanto amor. Eu só queria saber porquê minhas ideias se embolam, porquê eu penso mais nele do que em mim, o porquê de tanto por que. Viu só? Eu fugi de todo o meu propósito só para voltar para ele, só dele. Às vezes nem os loucos me entendem - loucos de amor, não os malucos beleza.
         Frase clichê na vida de mulheres apaixonadas é essa: "amor não se descreve, se sente." Mas o que sentimos? Para que tanta dor de amor? Você nunca perguntou se eu já senti dor de amor por você ou qualquer outro alguém. Enfim, por que o que sentimos, faz com que nós dois nos desejemos para sempre? Que raio de magia do amor é essa? Vivemos a vida com dias felizes e tristes, no meu caso mais tristes, mas depois lhe conto, meu amor. E por que não desejar que haja um chocolate eterno? Chocolate também é feliz, é amor.
         Eu vejo o príncipe encantado em você, mas como? Eu já tenho um príncipe! Por que você cuida tão bem de mim e depois vai embora, como se nada tivesse acontecido? Por mais amor que possa haver, o coração carece, pede licença e se retira. Mas lhe digo, ele fica exausto, frio  e sem funcionar como deveria. Você é o que eu preciso sempre, mas o sempre é agora. Eu não me importo se você é o Lord Valdemort, só preciso agora. Ele não vai aguentar esperar mais uns meses.
         Devo dizer-te meu amor, para curar isso leva um tempo, minha razão já disse, mas o coitado do coração acha que é coisa eterna, caso para terapia, vida com músicas melosas e depressão falsa - só fingindo que quer esquecer.
         Ora essa! Anos vão passar e o que vai acontecer? Por sua culpa o meu cérebro e coração vivem em guerra. Atualmente, meu coração te perdoou - feito um idiota, mas meu cérebro está de guerra infinita com você...
E confesso: me perdi!
         Vou te encontrar no futuro e vamos nos perdoar... Vou ouvir minhas músicas, passar pelos "nossos" lugares sem sentir nada. E foi aí que a estrela me disse:

— Vai amar um outro alguém, menina.
— Por que você diz isso, estrela?
— Porque é verdade.
— Mas ele é o meu amor!
— Você vai sorrir outra vez, menina.
— Quero apenas o meu sorriso para ele.
— Você vai agir como idiota por muito tempo, mas quando sorrir novamente, seu coração vai vê-lo como base.
— Base?
— Sem mais futuro. Seu amor lhe chama.
— Mas...
— Boa noite, menina.

Que estrela travessa! Vem me dizer bobagem e sai assim.
         Ah! Meu amor, gosto de beijar você com esses bicos de sono, gosto da nossa vidinha de comida congelada, super proteção sua para assistir filme, do nosso sexo e até mesmo minhas birras por bobagem... Eu e você demoramos parar ser nós, mas é gostoso. Hoje é só isso que eu quero; realidade.
         E tudo começou com um pesadelo. Acordei para a vida e descobri que a vida era um sonho.

Isadora