domingo, 9 de outubro de 2011

Eu e o mar... Sem você.


Era manhã de chuva e acompanhada de frio, e eu tinha acordado com sede de alegria. Admito que não senti tanto, ao ver que você não estava ao meu lado. Olhar da janela, a chuva cair, me faz bem; gosto de presenciá-las sobre as árvores... Vejo-as de forma bonita. É como se cada gotinha fosse um momento. Chuva sempre é lembrança para alguém.
Aquele dia resolvi brincar com a felicidade, mas só com ela; sem você. Para que sair de guarda-chuva? Queria sentir as gotas de momentos caindo sobre o meu rosto, mas não para chorar, só para lembrar mesmo. E já que a chuva estava para me ajudar, por que não? No fundo, sempre choro mesmo. Me chame de masoquista, se quiser. Isso é prova de que sempre corre você em minha pele, meu amor.
Tudo muda demais! Antes, eram horas de desvaneios, fui forte, paciente, inconstante. Tive que rever tudo isso por sua causa. Nunca achei que minha doença pela sua proteção era algo compreensível. Você era laçado nos meus pensamentos, de janeiro a janeiro. Impressiono-me por chorar vez ou outra, enquanto escrevo nossas histórias. E sempre dissipo as palavras. Escrevo com amor, com aversão... Complexo. Fui corajosa desde o início: te amar não seria fácil e te guardar muito menos.
Transformei tudo que você falou em substâncias para continuar caminhando, vendo amendoeiras, adorando meus Outonos, brincando na chuva... Exatamente minhas preferências. Mas continuo achando que estou caminhando para você! Inevitável não imaginar o seu abraço, parado ali, me esperando. Eu me sentia como um passarinho, com minha cabeça no seu peito, seus dedos afagando meus cabelos... Quando sentia seu coração, eu nem me importava em ficar, perder a hora, esquecer. Por que ainda penso? Você me causou uma ferida subliminar, mas era forte e degradante quanto qualquer outro machucado na pele.
Saio à procura de paixões nas esquinas, para tentar esquecer você. Talvez precise de três quartos da minha vida para sentir mais. Preciso achar um lago, no qual eu mergulhe fundo e esconda minhas amarguras - elas estão escorrendo dos meus dedos. Sei que tenho um pouco de paixão dentro de mim, não quero desperdiçá-la com você, meu amor. Deixe que eu sonhe com outros lugares, outras pessoas e não com você. Só é você me acordar para eu saber que os lugares estão errados, que as pessoas não me suportariam. Quero sonhar com a chuva indo embora; o sol nascendo e eu correndo para o mar, catar minhas conchas - achar pelo menos uma que seja maior e que dê para ouvir as ondas. Vou poder levar o mar comigo para onde eu for. Não quero mais a chuva para forçar o meu próprio abraço, já que você não vai estar para me aquecer. Na praia posso andar descalça, construir castelos de areia - me fazer princesa à espera de um príncipe, que também não é você, sem pretensão de que algo aconteça, posso fechar meus olhos e vê-los escuros, sem sua estampa. Só nós dois, eu e o mar... 

Isadora

Nenhum comentário:

Postar um comentário