Eu achei que depois de tudo que aconteceu entre nós, qualquer forma de silêncio, qualquer sinal acaçapado e as esperanças nos detalhes, me bastariam. Enquanto uns trancam as portas de casa, eu tranco as portas do meu coração, tento me esconder nas ilusões que tanto me asfixiam. Tento alcançar além do céu, mas é como se as nuvens me prendessem - apenas por serem amplitudes que me assustam.
Me tornei cansável para todas as pessoas, depois de você, meu amor. Custo a dividir os meus horários de pensamento; passo boa parte pensando que vou me despedir de alguma coisa ou de alguém. E com você, cada vez que estávamos juntos, pensei muito mais que ia te perder e que aquilo era só sonho. Eu te vivi centenas de vezes, te culpava pelos meus erros... Ah! Você já sabe a minha mania de lembrança. Enquanto nosso amor foi vivido, alguém chorava; enquanto chorávamos, alguém sorria. Tudo isso intercorria e a chuva sempre presente. Talvez porque nosso amor era semelhante à ela: frio, - algumas vezes - nublado e sempre com gotas envolvidas.
Lembro de nós dois reclamando de tanto frio, - porém o amando sempre - o calor do seu corpo no meu não estava sendo suficiente. Mas também me recordo que nenhum de nós dois gostamos de calor. E era exatamente nos dias que o sol saia, que o nosso amor também acordava. Por que você tinha mania de me deixar encharcada nos dias quentes? Por que fazia questão de me melecar inteira de sorvete? Sempre falo do seu prazer em me ver irritada. Esses dias quentes me sufocavam mais do que você, meu amor. Me irritei tanto com você, que excesso de amor para mim, agora, é coisa clichê. Culpa sua!
Foi erro meu querer você, percebo que nunca estaria compatível com as fases da minha lua. Só vou dizer para você, meu amor. Que não sinto falta de nada, mas não tenho culpa do meu coração só bater por você!
Isadora

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