quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Recordação suave ou pessoa ausente


            Acordei cantando o seu nome hoje, acho que estou louca. Sem levantar da cama, já pensei em ligar para ouvir sua voz e te contar do meu sonho esquisito: meu coração maltratava o meu cérebro com um taco de Baseball e ele falava que eu já podia te ligar. Não sei como você faz essas coisas, meu amor. É sempre você que me faz perder a cabeça e vencer a batalha do orgulho. 
            Sempre acho que devo ser deliberadamente sensata, mas você é que me transforma na fraqueza e na força. Você me pedia abraço e eu abraçava, me pedia o mundo e eu dava o meu; e quando me perguntou o que faríamos se o assunto acabasse, respondi que te beijaria para cobrir o vazio. 
            Você adorava me girar e dizer que era bom sentir a brisa no rosto. E então você me deixou... Tudo girava de verdade, mas não era você; e eu só conseguia pedir que fosse você. Aí sim eu saberia que ia sentir a brisa novamente. Rodopios e flashes de quando falei do meu tesouro, do meu destino junto a ti. Meus planos para permanecer em teus braços para sempre, para cantar no teu ouvido, entrar nos meus desejos mais profundos - mas sem sair do seu lado. Nossas noites eram sempre contraditórias: longas e curtas. Eu sempre queria declarar meu amor a você. Eu me pergunto até hoje se te dei amor de mais ou de menos. Na verdade eu me pergunto várias coisas, que se as pessoas me decifrassem, eu responderia você.
            Sempre tive esperança de que em meio de nossas brigas, você não iria embora, que quando eu começasse a rezar você apareceria para falar de suas graças e se eu morresse antes de acordar, você viria me beijar - confesso que ia rir por ver as pessoas te chamando de Necrófilo. 
            Não sei se você se interessa em saber, mas qualquer um ao meu lado, será melhor do que você foi; mesmo te amando consigo falar isso e consigo desejar sua felicidade longe de mim. Você me trouxe tanta coisa, inclusive a frieza; tem quem ache que não é bom, mas acho que é resistência, meu amor. E digo mais, além de me trazer coisas, me causou também! Eu que nem bebo, bebi por sofrer de paixonite de sorrisos e eu que não te quero mais, envelheci dez anos - quando foram apenas cinco meses. Ah! Passei a acreditar em mutações reais, mas deixei de acreditar em que noites bonitas poderiam acontecer coisas, como te presentear com o céu; você lembra? 
            — Eu vou trazer o céu para você, amor.
            — Isso é impossível, minha linda!
            — Mas tudo deve ser possível em noites lindas como essa. 
            — Acho que não.
            — Não acredita mesmo que vou trazê-lo?
            — Pior que eu acredito, hein.
            Tudo o que eu aprendi foi com a dor, a felicidade não causa aprendizado. Mas não nego que sonho com você quando estou só. Lembro que seus lábios eram o pecado; o pecado que criou o meu céu, o pecado que pintou meus quadros, a minha parede e foi o seu corpo que encheu o meu coração com histórias de diamantes. Você sabia que eu gostava de cozinhar e por isso resolveu adicionar tempero à minha vida, meu amor. 
            Minha mudança por você é algo irreconhecível a olho nu. O meu coração bate sobre uma enorme pressão, nada de normalidade depois de sua partida. Cinco meses se passaram e só fazem algumas horas que pensei em você pela última vez. Depois que você se foi, não há nada mais para mim, nem mesmo o incomodo dos casais ou do seu nome por toda parte. Encontrei um garoto semelhante a você na rua e não sabia o que fazer, demorei para tirar o olhar - meus olhos só pararam de fitá-lo porque meu coração reconheceu que não era o que eu queria. Se amanhã eu acordar e cantar o seu nome, se eu tiver o mesmo sonho e resolver te ligar de veras, vou me conformar com uma caixa postal, "esse número não existe" ou até mesmo "você nunca existiu", meu amor.

Isadora

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Let it burn


                Por que não consigo me desfazer dessa agonia? Eu construí você dentro de mim de uma forma bonita, deixando seu sorriso mais lindo que o natural, fazendo você festejar a cada vez que me encontrasse.
                Quando nos despedimos um do outro, apenas fomos; sem adeus, sem beijos e eu nem sabia como nós estávamos. Eu sabia da inconstância do meu coração, da minha amargura antiga, do meu olhar errante, desconcertado. Mas poderia ter sido de outro jeito, meu menino. E hoje sei que você não lembra... Mas eu lembro da razão pela qual comecei a te adorar, te querer e te aprender.
                Depois que meus olhos te encontraram, passei a acreditar em coisas bonitas… A medida que se vive, passamos a desacreditar nas coisas. E quando penso em você é diferente. Você ressuscitou todas elas, uma por uma. Sinto isso quando resolvo olhar para o mar, fecho meus olhos e penso em você! Estranho… Toda minha dor e tristeza vão embora, o vento leva; você transforma a minha dor em algo bonito e indescritível. Minha vontade de você sempre foi muito maior do que o meu medo de ir mais além. Te transformei em minha poesia humana. Meu coração careceu, disse para parar, ficar em silêncio…
Quis te aprender, mas sem te prender comigo. É difícil precisar de você quanto preciso.
                Quando brigávamos, eu aparecia nos lugares como um arroz de festa, só para não ter que ficar longe de você - me sentia bem ao te ver, mas triste ao ver que você sorria sem eu estar por perto. Minhas visões sempre dizem o que eu não quero e de repente nosso amor nunca aconteceu, meu menino! Isso me dói tanto que você nem imagina. O seu quebra-cabeça não me tinha como peça final. Mas eu espero que você encontre e possa voltar para mim, uma espécie de novo começo já começado.
                Début: você apagou a luz, deitou comigo na cama, até abaixou o tom de voz - sussurrou para que tudo ficasse calmo. Eu disse tudo para você, coloquei sua mão para sentir meu coração e lembro até de suas palavras:

               — Por que tão acelerado, minha menina?

                Sei que não pude fazer você me amar, sei que nas últimas horas desse dia eu sentia toda força de tudo que eu queria sentir, inclusive o amor, mas você não. Você acordou ao meu lado, enterrou minhas tristezas e para mim caiu como uma pena, um assopro. Mas eu não queria acreditar que você era como todos os outros, meu menino. Eu não acho que você irá embora um dia. E se você for, esconderei meu coração.

Isadora

sábado, 26 de novembro de 2011

Seu all star


           Minha premência de você, se tornou algo tão incomum para mim hoje em dia...
           Hoje resolvi sentar no chão da minha casa e pensar em nós dois. E recorri as minhas lembranças; escolhi um dia comum. Eu e você deitados no seu sofá-cama e estávamos muito atoa. Queria lembrar porque você me pediu para que eu te fizesse um poema. Mas como eu saberia, meu príncipe? Senti que você queria me dizer algo. Foi bem semelhante de quando olhei para você pela primeira vez, da minha janela, te encontrei.
           Lembrei de como eu adorava acordar você e fazer ir procurar os bilhetes pelo seu apartamento bagunçado e de poucos móveis. Eu adorava ser alienada nessas brincadeiras com você. Usei uma caneta azul para escrever o mais engraçado dos bilhetes - não lembro o que havia escrito nele. Coloquei o papelzinho na vasilha do seu cachorro, com água e tudo. Que louca! A água deixou o papel azul e fez as letras se embaralharem, você não entendeu nada e ainda riu da situação.
           Quis terminar! Tranquei minhas janelas para não ver você chegar - sempre com suas cervejas e filmes. Não iria te procurar, deixaria para nós esquecermos um do outro. Te deixaria livre para à procura da pessoa certa; que possa te amar com os seus erros e caretices. Que louca mais uma vez! Você vai achar que não te amo, meu príncipe. Não se engane, adoro te amar; com caretas e até mesmo com maconha. Sempre que dá, me pergunto porque. As vezes entendo ou não entendo... Escrevo minhas últimas palavras para você, me despeço sem se despedir, peço o seu abraço sem abraçar. Esse delírio veio do meu medo de descobrir o que não queria, meu subconsciente me dizia que haveria um erro imperdoável. Meu Deus, me ajude! Certas coisas devem permanecer guardadas, mas somos ao contrário: temos amor em excesso, sexo em excesso, conhecimento em excesso. Isso sempre incomodou nós dois, meu príncipe - permanência inacabada.
           Aprendi com você e te ensinei também. Não queria te seguir, mas sentia que em seus braços eu saberia de tudo. Eu enxergava suas atitudes impensáveis no seu olhar e notava as palavras que você guardará para mim. Notava-te e queria me vingar, mas não sou assim. Nosso compromisso era amor e ao teu lado me transformava em fera, anjo e mulher. Ah! Eu tinha o hábito de encostar minha cabeça na sua, me aconchegar no seu corpo, só para ver o mundo que viria para nós dois.
           O maior acidente é não acontecer. Antes mesmo de vir escrever, da minha agustia vinda junto com as palavras, dos silêncios de noites vagas... Você gostava de me olhar sem beijar, gostava de dormir sem sonhar, de beber e não fumar. Por você, passaria o verão inteiro sem cumprimentar a luz. Posso crer que por você, passaríamos uma vida sem amor!

Isadora

domingo, 13 de novembro de 2011

Dente-de-leão


                Preciso confessar a você, que te adoro sem disfarces, meu menino. Percebi isso quando descia a escada ao seu lado, todas aquelas pessoas nos olhando... Ah! Foi tão incomum para mim. Você transformou a minha noite de angustia em felicidade. 
                Gostei dos nossos cabelos bagunçados, as roupas amassadas, sapatos nas mãos e só nós dois. Parecia o fim de festa perfeito! Estávamos com caras de que podíamos desejar mais um pedido, como se fosse único - acrescento toda vontade do mundo. A areia era a cama; a fadiga tomou conta e ali mesmo dormimos, no frio, na brisa do mar, afinal não esperávamos nada de ninguém e estávamos comemorando o fim e um novo começo. E nem que estivéssemos esperando algo, digo que nem o dilúvio me tiraria dos seus braços. Só eu sei como meu coração se desespera ao sair deles e surge uma arritmia inesperada. E pensei agora: a minha pressa não te deixa fazer promessas... Você simplesmente faz acontecer!
                Não sei, mas enquanto você olhava o vazio do céu, eu imaginava te acordando e chamando-te para ver a lua. E imaginava sua voz também. Você emudecido e eu me desesperando por dentro; você sabe o que seu silêncio causa em mim. Ainda assim, fechei os olhos e nos imaginei. Isso pacificou meu coração. Me encolhi em seus braços e então ouvi você falar, respondi com a voz tremula de tanto frio. E você tentou me proteger, mas estávamos no vazio da praia, fim de festa... E de imediato, lembro que falei: 
                — É tão bom te guardar assim; pertinho... 
                Eu via meus olhos brilharem só pela mudança do seu rosto. Ele ganhou formas diferentes depois do seu sorriso, meu menino. Me sentia mais completa por ter você ali; sorrindo para mim. Aquilo foi tão bom, a sua voz se encaixava na minha pele, tenho certeza que dormi tranquila - mesmo com a areia e o frio. Recordo que no mesmo dia, quando a manhã chegou, você roubou meu sono na cama. Sua mão no meu cabelo e meu rosto no seu peito. E eu não me sentia presa em nenhum momento. Engraçado... Foi nariz com nariz, olhos nos olhos e meu queixo no seu. Compartilhamos nossas esquisitices e te mostrei os anjos que existem, - lá se foi o meu sono. O ponteiro do relógio ia marcando as horas e eu ia concretizando que íamos chegar no nosso lugar, que íamos ser reféns da paixão, que se iniciou com uma brincadeira de colegial. 
                Ah! Meu menino, você é leve como um dente-de-leão; é praticamente um! Você fala comigo de uma maneira desajeitada e tímida, precisamente como um dente-de-leão quando ganha um sopro e se perde no ar. E é assim que me arranca sorrisos, me faz sereia! Eu sei que você se aproveita de quando falei das minhas brincadeiras de menina. 
                Até agora me pergunto como vivo longe de você, meu menino... Ainda assim; longe. Sua lembrança é incontinenti, as nossas lembranças são.

Isadora

sábado, 5 de novembro de 2011

Meu desejo ardente


              Depois de trazer você para os meus sonhos, levanto sem coragem de te acordar e te dar um beijo de bom dia. Você parece uma criança enquanto dorme e sua boca é mais convidativa assim, do que quando está pactuado. Mas antes de acordar você, alisei cada traço do seu rosto, deixei com que cada fio do seu cabelo amaciassem entre os meus dedos; então pensei na nossa paixão impetuosa, meu menino. Eu queria tudo de uma forma perfeita, para que não houvesse fim. E você veio dizer que não era preciso. Você disse que minhas estratégias não seriam necessárias em nossa série. Também disse que poderia contar com você para tudo, com toda reciprocidade do seu coração, até mesmo com nossas brigas para serem usadas como base de aproximação maior.
              A junção dos seus olhos e seu sorriso, amoleceram meu porte de forte. Me fez responder que estou errada. Você mediu toda a dimensão da minha felicidade. Fez com que eu fechasse meus olhos e ao invés do escuro, eu conseguiria te trazer ao meu mundo. Você me mostrou que além da madrugada e da chuva, posso viver no sol também, sem ter que cobrir meus olhos com nossos lençóis ou alguma de suas mãos. Eu sempre fugia da luz e dos reencontros de sentidos. Gostava de substituir isso por um sapo na lagoa ou uma lanterna voadora. Mas você sabe que sempre preferi as lanternas... Lagos com sapos me lembram das flores, e flores lembram o amor. E elas são como o amor, murcham com o tempo. Quem me contou isso foram as próprias flores das ruas.
              Gosto de pescar no meu lago de memórias, nós dois sempre com pouco tempo, com pouca graça, com pouco aprochego. E era isso que fazia nós dois chegarmos atrasados, aos tropeços. Tão lindo, tão gostoso... Era bom chegar atrasado por alguns minutos a mais de carinhos, beijos e até promessas alienadas vindas de mentes  e corpos nostálgicos, risos bobos.
              Você sabe melhor do que ninguém que nós dois temos o abatimento da música, a condolência das palavras não ditas, a lembrança da borra de café que a "feiticeira" leu e disse que você entraria no meu caminho como interrogação, e para dizer ao meu coração que eu vou parar para esquecer o que ficou no baú. Você disse que jogaria a chave fora para eu nunca mais querer abri-lo. Desnecessário, meu menino; não se guarda, não se joga fora, apenas se queima as lembranças... Deixo-as cicatrizadas na minha mente de forma negra, com aviso de perigo e quimeras vive lá. Assim, saberei que meus sonhos encostaram nos seus e que estarei segura em seus braços.

Isadora

domingo, 30 de outubro de 2011

Vou partir para longe do amor


             Quero saber o que existe dentro de mim, que me faz insistir em algo que tinha resistido a um certo tempo. Dou risada mostrando os dentes, faço gracejo com as pessoas, até brinco de ser gente grande e ainda caber como criança. Quero saber porque colocar o meu coração no fogo. Por que não ter cuidado comigo, por que não admirar minha dança ou minha poesia? Por que tal condenação antes mesmo do diálogo? Mudo isso tudo em um passe de mágica!
             Descarrego minha tristeza em você e em nossas lembranças, meu amor. Rodo nosso filme, na cabeça, quando olho de cima dos arranha-céus - até mesmo perto de verdade. Minha aproximação do céu, faz ver que ele realmente é azul, mas que na minha psique ele é totalmente preto. É, preto: com pouquíssimas - contamos nos dedos de tão poucas - bolinhas coloridas. Essas bolinhas são as alacridades reais. Um paradoxo talvez... Elas só foram permitidas porque minha mente produziu-as e foi real dentro de mim, meu amor. Essas últimas horas vim concluindo que não tive momentos felizes de verdade. Foram ilusões criadas. Descobri que sou feliz dentro de mim; do meu jeito: sem sentir, sozinha mas na companhia dos meus botões e dos pássaros, sem me enganar, sem chorar e apenas me abraçar.
             Ficarei imaginando os bichinhos olhando para mim e como seria o olhar das pessoas ao me ver assim. E sem elas saberem que eu estaria vigiando-as. Me insular e não passar minha indecisão de triste e solidão. Por que fui te amar e me tornar isso, meu amor? Você só me deixou cicatrizes, minha parede manchada com nossos nomes - ao invés de árvore - você estropiou meu coração. E meu olhar é apenas de dor e para pessoas pequenas.
             Minha vontade é empacotar minhas coisas, vestir meu moleton velho e sair por aí, meu amor. Me libertar desse lugar vadio que mostra minha dor patética. Que guarda meus sonhos destruídos, meu amor por você interminável e excruciante, ir a qualquer lugar, menos aqui. Afinal, qualquer lugar é longe de você, mon cheri. Tenho tudo planejado em minha mente, não há pessoas para sentir minha falta. E ao contrário de gritar para onde vou, vou apenas partir e fazer dar certo; desse jeito louco mesmo.
             Enquanto não matar você dentro de mim vou ir em busca da razão de amar, se no fundo sabemos que vamos sofrer. 

Isadora


sábado, 29 de outubro de 2011

A dor do Girassol


Acho que vou deitar, mas não para dormir e sim para pensar. Talvez eu até adormeça depressa. Isso só acontece porque o único lugar que posso te ter de todos os jeitos é nos meus sonhos. Confesso que me desmonto, sinto a percepção do vazio em nossos sonhos. Era tudo tão amarelo destacando um outro tipo de laranja. Havia Girassóis - você sabe o quão gosto de te comparar com Girassóis, não é? Se é de sua abelhudice, eu não sei como eu e você estávamos juntos e com Girassóis por todo o teto.
Ah! Meu menino, eu queria ter tempo e sossego suficientes para não pensar em coisa alguma, nem sequer você. Nós dois nunca conseguimos se segurar, se encolher sem ao menos um beijo, uma mordida, um sorriso ou até um puxão de orelha. Nossos olhares vagos, fiz você sorrir por horas! Lembra do nosso mundinho? Um lugar onde ninguém nos acharia, um frio inaudito e sem som algum; silencioso. Isso tudo e eu ainda não sei distinguir se é sorte ou outra definição. Juntos, temos coragem, agudeza e não precisamos de estabilidade; não nós dois.
Não explico como é chorar e ir para o mundo, ir para um campo e ver todas as flores desbotadas por causa da chuva... Sempre dói. E logo nós dois, que fizemos nossos planos debaixos dos lençóis e entregamos para Afrodite. Me pergunto o que ela fez com eles. Tenho suposições: os jogou para cima e deixou que o vento tomasse os rumos certos ou errados da nossa história, ou partiu-os ao meio e entregou para as Borboletas com sabedoria de Coruja.
Esse borbulho todo está me deixando com saudades, só isso. E quem diria que eu sentiria falta da Terra, que ela seria tão a nossa cara. Percebi que o nosso mundinho tem coisas que é a junção perfeita da gente, só não mais unido que nós dois.
Tudo isso é segredo, meu menino. Nem a Ciência descobre nosso mundinho, nem o quão te adoro demasiadamente. Ninguém nunca entenderia a beleza que ele é, o porque de fazer frio, dos Girassóis no teto, do silêncio. Não há problema, enquanto você dormia eu transbordava tudo isso em nossos lençóis e através dos meus beijos, sem antecedentes, eu infiltrava toda nossa venustidade.

Isadora

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Saudade futura


Queria sentir seu cheiro, beijar seu beijo, me jogar nos seus braços, brincar com seu cabelo e dançar só para você... Eu sou tão sua. Mas você não é meu.
Ah! Meu menino, eu já estou com meus pressentimentos... Prevejo meu coração sentindo falta de sentir saudade; basicamente, a saudade agradável de você, a da dor necessária, da dor da lembrança, da saudade repentina. Estou pensando na saudade que vai me bater de pensar e repensar no seu sorriso. Ah! Seu sorriso tímido, meio amarelado, mas sempre gostoso, leve e cheio de conquista.
Por que tal saudade futura? Posso viver, reviver 100 anos ao seu lado e ela amanhece comigo! É uma dor boa de doer, não sei.
Vou sentir saudade de mimar você, adorar você, vou sentir saudade de quando eu deixá-lo ir embora; para longe de mim. Vou sentir saudade até do meu coração batendo por você. Então, eu peço que você cuide dele, vou colocá-lo em um cofre e te presentear. Você não vai guardá-lo, cofres não são para guardar, são para esconder. Não quero ninguém olhando o meu coração ou querendo machucá-lo. Quero ele apenas sobre seus cuidados.
Já falei dos seus olhos, meu menino? Eles são especiais para mim, de alguma forma, me passam tranquilidade e força. Você consegue fazer com que eu sorria e que meus olhos sintam-se cobiçados pelos seus.
É, meu menino... Eu não paro de pensar na última vez que vi você. E aqui estou, falando da futura saudade que irei sentir quando você partir. Mas não se preocupe, não vou espalhar minha solidão, não contarei nossa história em ombros alheios, longe de mim querer compartilhar nosso coração.
Hoje eu acordei com uma vontade danada de te abraçar, dizer que te adoro e que minha paixão por você é algo que se renova todos os dias. Dizer que queria fazer todas as coisas que eu não gosto ao seu lado, só porque você gosta.
Nossas fotografias coladas na minha parede e suas frases para mim, escritas com giz de cera preto, meus sonhos malucos de te colocar num potinho de borboletas coloridas... São meros desvaneios tolos que me torturam. Quando perguntei se você queria ser meu plural, não imaginei que me daria um jardim de Acácias, tanto é que não imaginei que teria todas elas, em um livro velho, até hoje. Ah! Meu menino, eu não queria sentir tanto a sua falta.

Isadora

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sua ausência me condena a dor


Acredito que uma parte de mim sentirá sua falta para sempre. Os meses passam, mas são só os meses; os sentimentos se misturam. Tenho que parar com isso, preciso de um pouco de paz. Eu caía nos seus braços como ninguém, tinha torcicolo de tanto olhar para os seus olhos e jamais pensei que resguardaria dessa forma, o que ficou dentro de mim. Agora o que se encontra é a agonia, não os olhares... Eu nunca quis soltar sua mão, por medo de despencar de você. Seu sorriso era o que eu precisava e quanto ao resto era tanto faz.
Hoje, minhas confissões ficam pela metade. Me sinto longe da vida, que parece ser minha - ainda está confuso na minha mente, se porventura, ainda pode ser sua. Passo horas deitada, de pernas encolhidas, sem hora para nada. Queria muito saber por onde você anda, meu amor.
Apesar de gostar do escuro, não gosto da escuridão que vem de você. Fez parecer que sei lidar com isso. Sempre fico muda, sem prender choro, sem chorar, sem pensar; vazia. Fico assim para não te entregar a minha falta de coragem. É, te procurar tarde da noite, me declarar para você e cair em seus braços. Apesar de saber que não posso! Quero ser sua, porém longe disso tudo; sempre sua. Por que nunca consigo isso, meu amor? O vento bate em mim e arranca as lembranças do meu coração. Parece que você assopra para que isso tudo aconteça. E eu achando que minha solidão ia ficar bem guardada em baixo das estrelas, que boba. Guardei elas lá só por precaução. Subi em um Carvalho lindo, além de poder guardar minha solidão nas estrelas, eu ficava mais perto do céu, brincava com as folhas, sentia o vento e olhava a lua Minguante - isso é tão confortável, pena que me lembra você.
Ah! Meu amor, eu já quis roubar os raios de Zeus para te dar, quis transformar a escuridão debaixo dos meus pés, em uma vida mais clara para você, para nós dois. O que isso virou? Eu não tenho mais a cara que eu tinha, eu não tenho mais a alegria que eu tinha, não sei mais brincar com a poesia...
O melhor de tudo, era quando eu lembrava de você e de como você aceitava minha alegria violenta. Você sabia como lidar comigo quando eu acordava brava, só por você não ter dormido ao meu lado e preferido a sua cama, ao invés da nossa. Você sabia como brincar e como entrar nos meus sonhos, sabia como me fazer enxergar todo aquele castelo que eu nunca ia ter, sabia de tudo. Você nem ligava quando eu te chamava de mon cheri, nem entendia e ria.
Estou te entregando minhas mil e uma noites, minhas danças; vou te dar minha música, minha poesia... Te entregarei o meu para sempre. E assim, sua ausência não vai mais doer. Ah! Feliz mesmo é o homem de lata, que não tem coração... Só assim eu saberia que não vou te ter dentro de mim.

Isadora

domingo, 9 de outubro de 2011

Eu e o mar... Sem você.


Era manhã de chuva e acompanhada de frio, e eu tinha acordado com sede de alegria. Admito que não senti tanto, ao ver que você não estava ao meu lado. Olhar da janela, a chuva cair, me faz bem; gosto de presenciá-las sobre as árvores... Vejo-as de forma bonita. É como se cada gotinha fosse um momento. Chuva sempre é lembrança para alguém.
Aquele dia resolvi brincar com a felicidade, mas só com ela; sem você. Para que sair de guarda-chuva? Queria sentir as gotas de momentos caindo sobre o meu rosto, mas não para chorar, só para lembrar mesmo. E já que a chuva estava para me ajudar, por que não? No fundo, sempre choro mesmo. Me chame de masoquista, se quiser. Isso é prova de que sempre corre você em minha pele, meu amor.
Tudo muda demais! Antes, eram horas de desvaneios, fui forte, paciente, inconstante. Tive que rever tudo isso por sua causa. Nunca achei que minha doença pela sua proteção era algo compreensível. Você era laçado nos meus pensamentos, de janeiro a janeiro. Impressiono-me por chorar vez ou outra, enquanto escrevo nossas histórias. E sempre dissipo as palavras. Escrevo com amor, com aversão... Complexo. Fui corajosa desde o início: te amar não seria fácil e te guardar muito menos.
Transformei tudo que você falou em substâncias para continuar caminhando, vendo amendoeiras, adorando meus Outonos, brincando na chuva... Exatamente minhas preferências. Mas continuo achando que estou caminhando para você! Inevitável não imaginar o seu abraço, parado ali, me esperando. Eu me sentia como um passarinho, com minha cabeça no seu peito, seus dedos afagando meus cabelos... Quando sentia seu coração, eu nem me importava em ficar, perder a hora, esquecer. Por que ainda penso? Você me causou uma ferida subliminar, mas era forte e degradante quanto qualquer outro machucado na pele.
Saio à procura de paixões nas esquinas, para tentar esquecer você. Talvez precise de três quartos da minha vida para sentir mais. Preciso achar um lago, no qual eu mergulhe fundo e esconda minhas amarguras - elas estão escorrendo dos meus dedos. Sei que tenho um pouco de paixão dentro de mim, não quero desperdiçá-la com você, meu amor. Deixe que eu sonhe com outros lugares, outras pessoas e não com você. Só é você me acordar para eu saber que os lugares estão errados, que as pessoas não me suportariam. Quero sonhar com a chuva indo embora; o sol nascendo e eu correndo para o mar, catar minhas conchas - achar pelo menos uma que seja maior e que dê para ouvir as ondas. Vou poder levar o mar comigo para onde eu for. Não quero mais a chuva para forçar o meu próprio abraço, já que você não vai estar para me aquecer. Na praia posso andar descalça, construir castelos de areia - me fazer princesa à espera de um príncipe, que também não é você, sem pretensão de que algo aconteça, posso fechar meus olhos e vê-los escuros, sem sua estampa. Só nós dois, eu e o mar... 

Isadora

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Príncipe desencantado


     Acordei de um jeito bom hoje, tecnicamente: um jeito bom para você. Recordei de nós dois agora e perguntei como fui me apaixonar por você! Tão tímido, tão cheio de caretices, tão pálido. Ah! Meu príncipe, acho que é o seu charme, nessa caretice toda, você tem algo que é reparável à toda vista. 
     Passava minhas noites desejando que você amanhecesse; que você sonhasse comigo; que você voasse comigo para longe; que os meus pesadelos de guerra chegassem ao fim quando seus lábios tocassem a mim. Eu acordava, minha manhã era cinza e todos os dias me sentia fatigada, esgotada, como se tivesse deixado a insônia permanecer - no fundo, acho que somatização existe. Mas na verdade, eu apenas sonhei; sonhei com asas, com o céu azul, precisamente um anjo chamado você. Bastava eu ver o seu sorriso; ele pintava todo o meu dia com cores vibrantes, mesmo que fosse momentâneo, era algo muito bom de sentir. E quando você partia, vinha com o mesmo olhar, quebrado e fúnebre. 
     Não vejo você faz muito tempo. A saudade é intocável, que essa minha paixão provoca, faz com que eu me encolha na cama, que eu agache na parede e só para ver se o meu desespero por querer te ver, diminui. Você me faz colocar tudo que sinto em uma caixa com várias divisórias, mas sem desuni-las. Por vezes, acho que você conhece a minha carência, ela é visível diante de você; conhece minha vontade de voar para os seus braços, arrancar esse maldito cigarro da sua boca, te beijar - mesmo que o gosto não seja dos melhores. E só para lembrar, que o seu sorriso é o meu assunto.
     Oras, onde fui amarrar o meu cavalo? Seu péssimo gosto por falar, sempre, de política; de ser totalmente leve em fumar maconha na minha frente; em ir para eventos monótonos; da sua mania de embriaguez; Ah! Por que eu te chamo de príncipe mesmo? 
     As olheiras que não saem de mim, é culpa sua! Você e essa fixação em querer saber de tudo, em fumar mais de um cigarro, em brincar com seu cachorro, depois de um dia exaustivo estudando. Qual o seu problema?! Poderia muito bem ficar comigo. Mas nem assim perde a chance de me embravecer. Sempre que conseguimos ficar juntos, vem o seu cachorro para os nossos pés. Você sempre muito bobo e rindo: 

              — Ele não quer papo com você, meu amor. 

     Quando eu me cansar dos dois, não reclama. 
     Seu jeito não bateu com o meu desde o início, mas foi isso que me fez te querer mais e mais. Essa bobagem de opostos se atraem é só senso comum. A verdade mesmo, é que os opostos se encaixam. O jeito no qual me juntei a você, não quero que se desafaça nunca. A distância é só um porém entre tantos outros, meu príncipe! Mas você sabe; minha paixão é infinita... Quem sabe um dia, por descuido ou poesia, você queira ficar. 
     Já inventei tantas frases para te dizer, já quis te proteger da chuva. Sinto falta dos momentos que nunca vivemos. Fico tentando ver meus olhos fechados, mas só vem você.      
     Acho que se eu pensar o tempo passa. Tenho precisão de quietude. Escrevo com intuito de que veja, mas são palavras perdidas. Me sinto sozinha, assim... Que nem Vinicius diz "Ai, quem me dera não haver mais solidão ruim." 
     Sou estranha-mente bem, se é que você me entende, meu príncipe. Sinto sua falta apenas quando quero sentir, quando não quero é raro; agora levo a saudade na vida, porque no meu peito não cabe mais. Para finalizar, quero dizer-te que as palavras de Caetano, são as minhas: "Mas para mim foste a estrela entre as estrelas..."

Isadora

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Gotas de nós dois



Eu achei que depois de tudo que aconteceu entre nós, qualquer forma de silêncio, qualquer sinal acaçapado e as esperanças nos detalhes, me bastariam. Enquanto uns trancam as portas de casa, eu tranco as portas do meu coração, tento me esconder nas ilusões que tanto me asfixiam. Tento alcançar além do céu, mas é como se as nuvens me prendessem - apenas por serem amplitudes que me assustam.
Me tornei cansável para todas as pessoas, depois de você, meu amor. Custo a dividir os meus horários de pensamento; passo boa parte pensando que vou me despedir de alguma coisa ou de alguém. E com você, cada vez que estávamos juntos, pensei muito mais que ia te perder e que aquilo era só sonho. Eu te vivi centenas de vezes, te culpava pelos meus erros... Ah! Você já sabe a minha mania de lembrança. Enquanto nosso amor foi vivido, alguém chorava; enquanto chorávamos, alguém sorria. Tudo isso intercorria e a chuva sempre presente. Talvez porque nosso amor era semelhante à ela: frio, - algumas vezes - nublado e sempre com gotas envolvidas. 
Lembro de nós dois reclamando de tanto frio, - porém o amando sempre - o calor do seu corpo no meu não estava sendo suficiente. Mas também me recordo que nenhum de nós dois gostamos de calor. E era exatamente nos dias que o sol saia, que o nosso amor também acordava. Por que você tinha mania de me deixar encharcada nos dias quentes? Por que fazia questão de me melecar inteira de sorvete? Sempre falo do seu prazer em me ver irritada. Esses dias quentes me sufocavam mais do que você, meu amor. Me irritei tanto com você, que excesso de amor para mim, agora, é coisa clichê. Culpa sua!
Foi erro meu querer você, percebo que nunca estaria compatível com as fases da minha lua. Só vou dizer para você, meu amor. Que não sinto falta de nada, mas não tenho culpa do meu coração só bater por você!


Isadora

sábado, 1 de outubro de 2011

Duas pessoas e um amor


Carrego uma asserção enorme comigo. Perdi toda a sua vida! Sei disso porque já não sei mais a contagem das tantas perguntas que tinha para fazer a você, meu amor. Tudo culpa sua. Eu acordava decidida a interrogar-te, quando você vinha com seu sorriso formoso. O que tinha nele era algo de se apaixonar, realmente. Você carregava o mundo nele; mostrava, às vezes, um sorriso brincalhão, porém doloroso; você matinha o equilíbrio sempre. Era aquele sorriso que pertencia a mim, somente a mim. E que eu tanto amava admirar, deitada em seus braços, recebendo a carícia dos seus dedos nos meus cabelos, me fazendo cada vez mais extasiada.
Sempre quis tudo além do que suportaria. À medida que vou querendo mais, isso tudo vai se tornando um desencontro para mim e minhas perguntas começam a se tornar infinitas. Eu achei que meu coração suportaria, mas existem coisas que ele não consegue absorver; sua partida. Fui mimada demais, por isso sinto essa necessidade enorme de te ouvir sempre, mesmo que seja para brigar comigo e depois correr para os seus braços. Fico querendo saber seus anseios até mesmo antes dos meus. Por que tudo isso se tornou invisível diante dos nossos olhos? 
Nossas brigas sempre foram o suficiente para eu saber que você não mudaria por mim e nem mesmo mudaria para se salvar. E que eu não mudaria por ti. O pouco que nós dois convivíamos era o suficiente para vermos que era quase insuportável; os beijos não cobriam os berros do nosso romance. Não era sempre que as noites juntos superavam as mágoas do dia. E seu olhar me passava que eu nunca estaria em paz ao teu lado, que eu nunca seria feliz por completa. E quando você me mostrou isso, eu quis me defender, quis lutar pelo nosso amor, mas no fundo o meu coração sabia que era verdade. Por mais cruel que fosse admitir, meu amor. As nossas desavenças nunca seriam menores diante o nosso amor conturbado. Mas admito que sempre fui doida de pedra pelo seu jeito desleixado. Parecia que havia veneno nas nossas bocas, que nossas lágrimas eram sempre inacreditáveis, que nós dois sempre estivemos no escuro. Quando nos víamos assim, você vinha e me pegava no colo, beijava minha boca e quando você sentia que eu estava enamorando, deixava que minha magia terminasse ao menos sem começar. Eu encharcava o seu pescoço com minhas lágrimas de dor, você me afastava e me fazia sentir uma ira nunca sentida. Nem me despedi com um beijo, um sorriso, ou sequer um eu te amo, foi apenas um adeus não dito. Por mais que eu sinta que nosso sentimento foi bonito, eu noto a mesquinharia da sua parte, meu amor. 
Como sempre, à chuva vem caindo, eu abraço meu corpo como uma forma de proteção, mas não sei se é da chuva ou de você; já não sei o que são lágrimas, o que são gotas de chuva, tudo se misturou; um perfeito rebuliço do seu egoísmo. E eu não reviveria tudo isso nem que nossa música tocasse, nem que o Sol esperasse para se pôr, nem que a Lua quisesse ser nossa amante... Nem que nós dois mudássemos. Ah! Meu amor, nós nascemos um para o outro, mas destinados ao que é errado, ao amor imperfeito. E principalmente a um preço alto. Nosso amor não superou os erros! E é cada um para um lado. 

Isadora

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estrela do Outono


Estou começando a achar que ao invés de você; a janela se tornou meu influxo. Toda vez que chego nela, à noite, o céu está limpo, totalmente azul e com uma única estrela. Acho magnífico a forma como ela está sempre no mesmo lugar, meu amor. É você que está pedindo para ela me vigiar?
Eu sinto que as vezes ela não brilha; e talvez ela veja a minha tristeza. Talvez ela seja uma estrela do Outono... Ah! Como eu adoro o Outono. Porventura seja de nós dois vendo as amendoeiras já com folhas amareladas, que vão desnudando-se uma por uma - e nem era o vento que as levava -; era lindo. Estou me sentindo como uma folha de amendoeira, meu amor: larga, enrugada e pálida. E obviamente sem olência alguma. Contudo, o Outono tem um aroma original.
Ando evitando meus Outonos depois da sua partida. As folhas caem de maneira vagarosa, as ventanias são semelhantes ao Inverno, as ruas são extremamente cavas. E eu não quero essa mescla de estações no meu Outono. Você sabe o quão sou egoísta para os assuntos "nós dois" e que nossa relação era simbiótica demais. Ando dum lado para o outro, tentando fazer as agulhas finas do relógio girarem depressa. E quando olho para o mesmo, o Sol mostra a sua sombra sobre ele. Com tudo o vento vem, bagunça os galhos das árvores e limpa sua sombra do meu relógio. E pensei comigo mesma: "vai ser sempre assim!"
Eu quero saber se todas as minhas preferências foram vividas ao seu lado. Ah! Meu amor, por que você teve que fazer tudo de forma tão especial e me deixar com essas nostalgias ásperas? Você era ríspido comigo, por vezes, mas insistia em fazer tudo admirável, que droga - eu preciso resmungar, me deixe. Agora entendo suas declarações: seu principal desígnio era fazer com que eu tivesse você 24h na mente, nos lugares, em tudo; mais uma vez, que droga!
Vou tentar fazer com que nasça outra cabeça, outra menina, meu amor. Então, te peço perdão por isso. Sei que não vais entender, pois você não se entende, não é mesmo? Quem dirá a mim: túrbida e do avesso. Mas preciso do meu Outono de volta, airoso como sempre foi, antes de você aparecer. E pelo que descrevi, depois de você ele se tornou perfeito; porém perfeição não é para mim. 


Isadora

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alicerce


Descobri que criar expectativas é uma droga. Na verdade não descobri, eu já sabia, só não queria acreditar. Outra droga é a tal da esperança. Faz você crer em coisas que não existem, faz você presenciar sinais onde não tem. Isso vai além das esperanças, é praticamente uma carência infinita. Confesso: carência de você!
Infinito; é palavra complicada e hoje em dia é usada como qualquer  pronome, tem significado diferente para cada pessoa. Mas a verdadeira acepção dela, realmente, não é uma só. Talvez sórdido, adorável, subentendido... Ah! São tantos, para que optar por um só? E boba fui eu, que imaginei que o infinito poderia por algum instante fazer parte de nós dois. Mas existe nós dois? Será que estou sonhando, meu amor? 
Engraçado: a luz do sol, além de enxugar minhas lágrimas vazias, faz com que eu procure pormenores nas pessoas, só para me trazerem lembranças e mostrarem tal espontaneidade dos meus lábios. Elas surgem quando minha cabeça inventa de pensar em você, meu amor. Peço que pare de ser tão presente! Se torne ausente de mim pra sempre. Afinal você já retirou o seu sentimento. E por causa dessas suas aparições repentinas na minha mente, faz com que eu fique dispersa do que realmente importa - se achou que sou forçosa como mostrei sempre ser, não conhece o meu coração. É agora que eu brigo com você, meu amor. Me entreguei para ti várias vezes e você sempre me dizia baixinho, quase mordendo minha orelha:

               —  Eu conheço os caminhos do teu coração, minha linda. Você só precisa fechar os olhos.


Tenho a lembrança do meu amor por ti e vejo que não saberia puxar você pela camisa para te salvar, nunca soube como brigar com você, te amedrontar. Brinquei com espinhos todo esse tempo e tenho a curiosidade de saber o porque de nunca ter me machucado. Os espinhos eram pétalas e muito cheirosas por contingência. Como fui ver que as pétalas eram espinhos só agora? Boba mais uma vez, meu amor. Ah! Boba sempre. Mas veja mesmo, meu amor: eu imaginando se a minha solidão te doía, se é difícil sorrir sem me ter correndo atrás de você para te encher de cócegas - você desviava minhas mãos com golpes de espada, de pincel, até mesmo de varinha mágica -, se é possível você cuidar de si mesmo; sozinho. 
Todo esforço para fugir do meu sentimento por você, é menos uma ilusão. Venho escrever para sorrir e não chorar; ou chorar para sorrir. Acho que vou correr, mas correr para não te ver sorrir. Afinal, é o seu sorriso que desmorona todas essas palavras.

Isadora

domingo, 25 de setembro de 2011

Longe de mim


Só eu sei o quanto eu preciso de você. O quanto me machuca não poder te ter ao meu lado. Ah! Antes fosse só isso; mas você que optou por ser assim, quis ir embora sem ao menos se despedir... 
Eu vou falar que é complicado esquecer você. É, meu amor; você se tornou tão meu. Convicto é eu achando que te conheço, que sei o que é me entregar pra você, que vou deitar nos seus braços e adormecer. E nessas horas você dizia que eu era linda, seu desejo, seu amor, mas nunca dizia que eu era sua. Assim, completamente sua, pura e bem simples. Acha que eu não lembro quando você ria e eu falava que você tinha medo de mim? Ah! Você é bobo, meu amor. Só porque eu tinha mania do que era certo, ao seu lado. Vejo agora que o certo não é saudável para mim. 
Eu perdia todo o meu porte de valente e forte junto de você. Fazia você ouvir minhas músicas lentas, que fazia você explodir de agonia. Nesses deslizes você aproveitava e me provocava com suas brincadeiras tolas. E parecia que adorava me ver irritada! 
Eu sei que você me achava uma louca por eu aceitar tão bem você ser assim, preguiçoso e desligado da vida. Principalmente quando eu fazia suas vontades: os beijos no pescoço - demorados e arrepiados -, seus pés gelados esquentando os meus, suas mordidas fora de hora e ambiente... Ah! Tantas coisas, tantas vezes, tantas memórias. 
Você sabia quando eu ia me render; seu propósito era visível. Cruzava os braços, fazia bico e lá vinha você com caras e bocas pra me fazer rir e perder toda a razão. Você sabia, também, como deixar um vazio dentro de mim, uma espécie de oficio; que ia me fazer ir atrás de você e dar umas mordidas por ser tão malcriado. 
Lembro de nós dois deitados na sua cama, sua camisa me servia de pijama e eu entrelaçando meus dedos nos seus. Nossos olhares nunca se cruzaram nessas vezes. Sempre olhávamos pras pontas dos dedos e víamos nosso futuro juntos. Você lembra, meu amor? 
Se foi... Tudo que vivemos se tornou lembrança, mas espero que em mim só tenha permanecido vontade de viver; sem você.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Faz falta



Como sinto sua falta, meu amor. Seus defeitos, a grosseria vinda das suas palavras. Cheguei a achar que sentia falta de quando você sumia e me fazia perder o chão, sua especialidade. Você vai e me deixa aqui; de coração partido, me faz dormir sem saber se um dia você vai ficar ou não; nessa de ir e vim. Me deixando totalmente louca! Me vi em você, inúmeras vezes. Quis fugir dos seus braços que sempre me guardaram tão bem. Mas eu apenas quis, não tenho a sua habilidade de sumir. Eu nunca seria pária pra você; sempre vou perder, disso eu já sei. Nunca escondi de você que queria ter minha cabeça nos seus ombros; que te amava de uma forma absurda, mas te amava. Nunca escondi que você seria a minha história mais complicada, a minha loucura mais engraçada e a minha mentira mais sincera.  Te vi partir tantas vezes, mas isso não foi suficiente para que meu amor diminuisse ou acabasse, parece que ele só aumentou. Sempre foi assim… Eu ficando e você indo. Já acreditei que você não seria capaz de partir e sair dos meus olhos, dos meus cuidados, mas é… Você foi! Tudo é muito vazio sem você. Lembro de nós dois juntos e meu coração, chorando, diz que ainda existe algo. Mas aí minha razão vem e diz que tudo não passou de uma mentira… Talvez a verdade seja essa.


(http://isadoravilabela.tumblr.com/)

Saudade de um sorriso


Eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu adorava ficar vendo você fumar na janela da sua sala. Adorava a maneira na qual você sorria quando eu brincava com seu cachorro e o jeito desconcertado que você mandava ele “falar” comigo. O seu sorriso tímido é o melhor que eu posso ganhar no dia. Pode ser bobagem minha, mas notei todas as vezes que você me olhou diferente, todas as vezes que você quis mudar de caminho só pra acenar pra mim. A forma como você me deixou confusa quando teve uma crise de ciúmes, só por eu estar conversando com um garoto mais velho, foi engraçado. Mas só fez com que eu e você se tornássemos mais “nós” do que apenas “eu e você”. Agora venho lembrar que nunca existiu eu e você ou sequer nós dois. Você tinha namorada e insistia em me querer só com um olhar, insistia em me fazer acreditar que poderia existir qualquer junção de nós dois. Poucas vezes nos encontrávamos na madrugada, retornando das festas e era sempre o mesmo horário, incrível como você adorava esbarrar comigo. Você esperava que eu entrasse em casa, gostava de me ver “desfilando” no salto alto e nos vestidos; e era exatamente enquanto eu desfilava que você se atrapalhava inteiro. E quando você quis me beijar? Pode ter sido o destino dizendo que não era pra ser, sei lá. Eu brincava com seu cachorro sentada e logo você também sentou na minha frente. Ficou me olhando de um jeito estranho e eu, como sempre, desajeitada. Seu cachorro simplesmente nos enrolou na coleira dele e foi engraçado, porque nossa troca de olhares foi a qual eu jamais tive, eu juro pra você, príncipe. Aquele momento eu não conseguia parar de te olhar, você me deixou nervosa, que feio pra mim. Você queria me beijar, seus olhos entregavam toda a sua vontade, você se aproximou de mim e eu ficava mais nervosa. Eu senti como se nunca nenhuns lábios tivessem tocado os meus. Mas o que me deu? Por que eu levantei? Por que não deixei você me beijar? As vezes me arrependo, já outras vezes acho que foi melhor, não sei. Eu me lembro de tudo que passamos, sem ao menos conversar de verdade! Nunca falamos sobre música, filmes, estudos, mas era estranho como eu sabia tudo sobre você e parece que mesmo afastados, eu sei mais. Será que vão me achar louca por amar uma pessoa só pela troca de olhares, sorrisos, acenos e oi? Ah, eu não ligo… Eu fui ver a chuva cair, agora, e peguei você fumando na janela e fazendo a mesma coisa… Vendo a chuva cair. Eu só senti vontade de correr na tua casa, te abraçar e dizer que sinto sua falta, meu príncipe. Mas vim pra cá falar isso, afinal você nem me nota mais… 

Quero você!


Eu quero te beijar. Quero segurar sua mão. Quero te abraçar tarde da noite. Quero assistir filmes idiotas com você. Quero ter uma guerra de almofadas. Quero te mandar mensagens românticas e estúpidas. Eu quero brincar com seu cabelo. Quero rir com você até que não possa mais respirar. Quero  te conduzir em qualquer lugar e ter  discussões sobre nada. Eu quero dançar com você. Eu quero poder te morder. Quero te melecar inteiro de sorvete. Quero dormir nos seus braços. Quero fazer você sorrir em momentos aleatórios durante o dia. Quero ver você falando que sorri porque eu estou em sua mente. EU QUERO VOCÊ!  

Acabou


Tenho tanto pra falar de ti. Eu tinha mania de dizer que você era perfeito pra mim. Vendo assim, é até engraçado, porque você tem vários defeitos, é cheio de manias, que por sinal eu conhecia a maior parte, e acima de tudo indecifrável. Um dia cheguei a pensar que desistir de você, seria como desistir de mim. Mas não sei ao certo se seria isso. Lutei tanto por nós dois, por você e agora não tenho mais nada. Eu achava um máximo passar minhas madrugadas com você, montando nossos planos, falando bobagens. Eu com o maior sono do mundo e você lá, me fazendo rir a beça de qualquer bobagem. E quando nós víamos já estava claro e os passarinhos procurando por você pra te mandar ir dormir; você sabe do que estou falando. Meu sorriso desabrochava quando você parava a conversa e falava “bom dia, amor da minha vida”. Todas as vezes que deitei a cabeça no travesseiro e fiz toda a nossa vida juntos; todas as vezes que conversamos sobre família; todas as vezes que você me fez acreditar que a distância não era nada pelo amor que sentíamos um pelo outro. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo. Eu não tenho a mesma vontade de antes, não tenho o mesmo sorriso de antes… Isso tudo cresce com a decepção e sabemos disso. E todos que convivem comigo sabem o quanto eu tentei, mas chega uma hora que não existem mais forças pra tentar e acaba desabando. É como as lágrimas, sabe? Você começa a segurá-las nos olhos e é exatamente quando não da mais, que elas caem com uma perfeição incrível sobre as maçãs do rosto… Seria legal se essa perfeição das lágrimas fossem por ter você comigo, mas não é. E eu tenho que aprender a conviver com isso. Eu só estou aqui pra dizer o quanto eu te amei, o quanto te amo e o quanto vou te amar. Depois de muita coisa, eu revi meus conceitos e descobri que irei amar outros e pode até ser com a mesma intensidade que te amo/amei, mas eu nunca, nunca, vou tirar você do meu coração. Eu nunca planejei te amar, nunca achei que te amaria, é. Você tem um jeito que poucos suportam… É calado, chato, teimoso, preguiçoso, nem aí e mais um montão de coisas. Mas tem um jeito incrível… É carinhoso, sabe o que me dizer nas horas ruins e boas, tem um sorriso lindo, cuida das pessoas que ama, entre várias outras. É, foi muito difícil pra mim vir aqui e falar isso, mas eu achei que fosse melhor. Por muitas vezes eu me cansei, mas todos sabemos que cansar não é desistir e agora eu vim dizer pra todos que eu estou desistindo de você, pra sempre! Porém, quero dizer que tudo o que passamos juntos foi bom, garanto que vai ficar comigo até a minha morte, pois não quero levá-las pro céu comigo. Me desculpe por isso, mas não quero levá-las! Nunca imaginei que iria usar uma carta de desamor pra ti, mas é necessário. Me desculpe por ter tomado a iniciativa do nosso namoro. Me desculpe por ter escrito coisas lindas pra ti. Me desculpe pelos machucados que a sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo depois dela. Me desculpe pelo que foi ruim e bom. Me desculpe por te desejar loucamente. Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe pelo nosso prazer. Me desculpe por ousar sempre. Me desculpe por ter te amado. Me desculpe por eu ter sido louca pelo teu sorriso. Me desculpe pelos teus erros de Português. Me desculpe pelos erros da tua futura namorada. Me desculpe por torcer pelo Corinthians. Desculpe pelos quase 3.000 quilômetros que nos separam… Enfim, me desculpe por pedir essas desculpas idiotas, que por fim, não são pra ti. É, não são pra você, afinal você nunca entenderia nada disso! Mas mesmo assim, obrigada por um dia ter me feito sorrir… 
(Isadora)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Metade de mim



"Fizeram a gente acreditar que o amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que o amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa formúla chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis e que sempre haverá esse chinelo velho para um pé torto..... Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados há marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, são alienantes e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente, cada um vai ter que descobrir sózinho.
E ai, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém." 



John Lennon

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ô infância boa danada...

Quase agora eu estava lendo os tweets do Querida Infância e lembrei de muitas coisas que era muito bom de se fazer quando eu era pequena. 
O bom de ser criança, é a magia que elas têm, a pureza, a inocência, etc., etc.. Por mim, eu teria 5 anos pra sempre! 
Quando eu estava lendo, retweetei coisas que eu fazia e quando eu lia,  e veio a imagem de mim mesma fazendo aquilo. E ri bastante com a maioria deles.
Os desenhos animados, lá eu vi que todo mundo já teve um boneco de pelúcia do Banana de Pijama; que nós quando crianças adorávamos ter um paninho pra dormir junto do rosto e muitas vezes acompanhados com a chupeta. Vi que a gente tinha imaginação suficiente pra fazer de coisas como papel, planta, areia e outras coisas, como comidinha pra brincar. Vi como eu era feliz em desenhar um sol no papel e colocar uma carinha de feliz dentro dele; vi que queria ter todos os acessórios possíveis dos desenhos animados; como eu me sentia super demais por me esconder atrás de uma porta e dar um susto em alguém; que eu sempre levava meu patinete no "dia do brinquedo" na escola; que eu chegava toda feliz pras minhas coleguinhas, mostrando meu cabelo pintado de papel crepon rosa, que nunca ficava rosa =( 
Vi essa animação e lembrei de que eu estudava de manhã e meu melhor amigo estudava a tarde, e eu ficava brincando sozinha tipo ele: 


Lembrei de como eu era fissurada em Nitendo. Sim, toda criança feliz teve um Nitendo e amava passar o dia jogando Super Mário. Ai como era feliz ter que soprar aquelas fitas pra elas pegarem. E a gente fazia questão de assoprar mesmo que não precisasse. 
Sempre achei engraçado quando eu pulava no sofá e minha mãe me mandava parar; vi que muitas crianças corriam quando o sinal da escola batia, pra chegar primeiro na fila da cantina, mais eu nunca fiz isso! Sempre levei meu lanchinho. Lembrei que tinha o pirulito que deixava a boca toda azul, nunca gostei dele, mais sempre chupava só pra minha boca ficar azul, é coisas de criança, hahahaha!!

Por que não podíamos ter uma máquina do tempo? Eu ia juntar todas minhas moedinhas no porquinho de barro pra poder comprar uma =((
Meus olhos encheram de lágrimas quando eu vi esse tweet aqui "Tive um pianinho branco, que os botoões eram animaizinhos e o maior botão, o fazendeiro; que cantava ia ia ôô!" Eu li coisas que eu fiquei tão emocionada que chamei até minha mãe pra ler junto. 
Aquela época era tão boa, tão sem problemas, era tudo perfeito! 
Agora escrevendo lembrei que quando eu usava o banheiro e quando terminava minhas necessidades eu gritava "MÃÃÃÃÃÃE! TERMINEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI...." Quando eu li lá, ri bastante, sério!
Lembrei também que eu ficava vendo a lua da janela de trás do porta-malas do carro e achava que ela me seguia, que queria me guardar até que eu chegasse em casa. Lembrei de como eu me sentia bem em achar que eu era uma das princesas da Disney! Nossa... São tantas coisas de que eu sinto falta. E existem coisas que até hoje eu não perdi o hábito e tenho todos os meus brinquedos ainda. Sou apaixonada por eles! 
Quando somos crianças, conhecemos um coleguinha no parque e em poucos minutos já estamos brincando com ele como se fôssemos amigos a muito tempo. E hoje em dia pra tu poderes dar um "oi" a qualquer pessoa na rua, es visto como estranho!
Acho que todo mundo tem um pouco de criança dentro de si, só que alguns não preferem mostrar.
Eu gostaria muito de saber porque que quando nós crescemos perdemos toda aquela pureza, toda a essência de como ser feliz sem se importar com nada....

Isa =)